15 dezembro 2006

DEPUTADOS E SENADORES REAJUSTAM SEUS PRÓPRIOS SALÁRIOS EM MAIS DE 90%

Esta é a grande bomba que caiu hoje sobre nossa cabeça insignificante de cidadãos brasileiros. Pior ainda para aqueles que estão plenamente conscientes de que nós, trabalhadores (burros de carga) brasileiros é quem patrocinamos este “Carnaval”...
Mas apesar de dura, violenta e triste a notícia, há um detalhe nela que me chamou ainda mais a atenção:

"Foi uma reunião sumária. Renan não permitiu que discutíssemos um reajuste menor", reclamou o líder do P-Sol na Câmara. (Chico Alencar).
Trecho da matéria do Jornal do Comércio 15/12/2006.

Ora, é uma prerrogativa ditatorial!
Quem me lê sabe: O Brasil está à léguas de ser a “República Democrática” estampada na sua própria constituição – (Aliás, Constituição é Lei apenas para os súditos, não para a Côrte). – Isso aqui, gente, acordem, É UMA OLIGARQUIA...

Os súditos podem até votar em um dos candidatos a Monarca... digo, Presidente! Afinal, qualquer um que assuma, garantirá a continuação do sistema oligárquico!
Mas não cabe aos súditos dar “pitaco” nos reajustes salariais e demais ganhos da elite! Compete-lhe, somente, pagá-los!

O que mais me aborrece é que tu, leitor amigo contrário ao separatismo, trabalhas cinco meses por ano para sustentar esta “folia” dos poderosos, e ainda achas que substituindo os nomes acabarás com o sistema... Ainda achas que tu, sim tu próprio, és o culpado por tudo isso.

Imagine! Conseguiram enfiar na tua cabeça que se a situação não é confortável, é por que tu não soubeste votar corretamente!

Tu votas neles! Legitima-os! E eles te cravam este punhal estampado na manchete!

Me perguntas: Mas o que tem o separatismo com isso?

O Separatismo é a melhor e mais viável proposta para rachar, romper, espedaçar, estraçalhar, esmiuçar o sistema oligárquico forte e coeso que comanda este país desde o Império descarado!
É preciso apenas que cada um de nós pare e pense seriamente, afastando os pré-conceitos e os estereótipos criados eficazmente (por estes mesmos senhores) em torno do separatismo. Considere sob a luz da razão e do bom senso estas propostas...

Só isso! Conscientização! Iluminação! Razão! É o que precisamos todos... Todos os povos do Brasil!

Sds
O Separatista

07 dezembro 2006

Rádios bem Gaúchas

Curiosidade
Quem clica em http://legendaria.am.br/home.html ouve uma rádio típica do interior do Rio Grande, nos programas, no sotaque dos locutores, nas músicas e propagandas...
Mas não se engane, a Legendária é da cidade de Lapa, no sul do Paraná!
A Rádio Alma Gaúcha, que só transmite pela web http://www.radioalmagaucha.com.br/index.asp é de Curitiba, também no Paraná!
Nossa, como o Rio Grande ficou grande!
Sds
O Separatista

05 dezembro 2006

Argumentos contrários

Resposta ao comentário de Edson Casper (ver abaixo).

Amigo Casper,

Espero não se importe se apontemos algumas distorções no ensino brasileiro com respeito às tuas afirmativas. Como possivelmente já sabes, não há isenção histórica!

Afirmas que...

Todos eles, como a farropilha, a de 9 de julho aqui em sampa e a do equador a do contestado, a de canudos e o cangaço, todas elas, não tiveram um "embalsamento" principal á cultura ou a Declaração de direitos dos povo, mas teve fims econômicos e de interesse de oligarquias provincianas!“

Isto é um ledo engano brasileiro.
Costuma-se colocar todas as revoltas dentro de um mesmo saco, com os mesmos objetivos e com o mesmo triste fim. Simplifica e desestimula o estudo mais profundo.
A Revolta Farroupilha se desenvolvia em âmbito colonial, ou seja, em todo o território da colônia-Brasil. Haviam paulistas farroupilhas, cariocas farroupilhas, paraibanos farroupilhas.
No Rio Grande, Bento Gonçalves e demais revoltosos farroupilhas defendem os interesses dos estancieiros rurais (sendo ele mesmo um deles); Defendem a troca de Presidente na província (indicado pelo Imperador); Defendem, à miúde, idéias novas de República e Federação trazidas principalmente pelos italianos desterrados; Defendem também idéias embrionárias de separação do Império e possível união com a Banda Oriental, o Uruguai.

Porém, amigo, a chamada Revolta Farroupilha e o que os levou a pegar em armas, tinha um único objetivo maior: A destituição do Presidente Fernandes Braga, cuja administração era desastrosa e funesta não só para os estancieiros, mas para todo o povo rio-grandense...
Uma vez satisfeita esta meta, uma vez sufocados os focos de resistência, ACABOU A REVOLTA FARROUPILHA! Os revoltosos deram-se por satisfeitos aguardando apenas o novo nomeado para o cargo.
A Guerra dos Farrapos, a verdadeira, aquela que é mais conhecida e estudada nos bancos escolares, começou em 11 de Setembro de 1836 e se estendeu até 1° de Março de 1845.
Aí sim, nesta Guerra dos Farrapos, os objetivos não eram “oligárquicos provincianos”, mas absolutamente separatista! No maior e mais completo sentido da palavra!
O objetivo libertário foi alcançado, mas não foi consumado!
Faltou pouco... muito pouco!
A consciência nacional no Rio Grande àquela época era muito forte. Embora não se discutisse isso com mais profundidade, era algo presente na vida de todos e a liberdade era um anseio natural. Não podemos esquecer que o Uruguai se libertara do Brasil há apenas oito anos!
O Rio Grande foi mantido unido ao Brasil través da força das armas e da persuasão... Daí a verdadeira enxurrada de títulos nobiliárquicos enviados a personagens nem tão ilustres do Rio Grande... A conquista pela cobiça... Mas sabemos de nobres gaúchos que recusaram os títulos de Sua Majestade!

É por isso, que creio que muitos movimentos separatistas são provincianos, ou seja, uma minoria oligarquia (elite) não está satizfeita com o poder central

Esta leitura está completamente equivocada. Justamente o contrário: a elite gaúcha, toda poderosa, é parte da elite brasileira, eminentemente centralista e sedenta de poder. É ela (mesmo a elite gaúcha) que mantém o povo na completa ignorância quanto à sua condição de escravo (Que entrega cinco meses de seu trabalho para os seus senhores oligárquicos, abastados de Brasília).
O povo é que é separatista... Mesmo sem se dar conta!
O povo se anoja com o “mar de lama” que vê em Brasília. O povo sabe que paga caro por serviços que não dispõem. O povo sabe que paga dobrado quando quer algum serviço público (auto-estradas, saúde, segurança, etc...). O povo sabe por intuição que um grupo homogêneo de pessoas tem mais chances de sucesso nos seus objetivos, se ele mesmo se auto-gerir – ao invés de ficar esperando pela boa-vontade de outro grupo alheio aos seus interesses.
Tudo isso, e muito mais, é a cartilha separatista... Uma exposição clara do que vem no inconsciente da maioria que ainda não foi desperta para este assunto, ou pior, foi mal dirigida no sentido de estereotipá-lo e mal compreendê-lo.
E note, esta “cartilha separatista” se aplica a todo o povo brasileiro, não só aos gaúchos... Razão pela qual nós defendemos que cada grupo cultural que vive no Brasil desperte-se e busque sua autonomia administrativa assim como o Rio Grande procura fazer...
Os paulistas têm, com certeza, muito maiores motivos para lutarem por sua autodeterminação... Basta mostrar-lhes a verdade. Basta descobrir o véu da ignorância política que tão habilmente os detentores do poder, por séculos, impuseram aos brasileiros!
O Brasil é um continente habitado por vários povos. Uma elite (cerca de 1%) os dominam, detentores do poder, detentores das Leis escritas por eles mesmos, detentores da economia e da mídia. Simples assim.
Espero que tenha conseguido responder algumas das questões, e peço desculpas se me excedi no fervor dos argumentos.

Sds
O Separatista

03 dezembro 2006

Seria o Separatismo a melhor solução?

Resposta à Edson Casper, de São Paulo.
(ver comentário ao post de 24 de Novembro de 2006)

Amigo,

Podemos resumir teu post na última pergunta: “enfim, seria o separatismo a melhor solução?”...
Os separatistas convictos acreditam na Máxima de Bluntschli: “Toda nação é destinada a formar um Estado, tem o direito de se organizar em Estado. A humanidade divide-se em nações; o mundo deve dividir-se em Estados que lhes correspondam. Toda nação é um Estado; todo Estado, uma pessoa nacional”.
Ver em O separatista - 13 de Outubro de 2006.

Interessante notar que ao constatar que a “humanidade divide-se em nações” e “o mundo deve dividir-se em Estados” trás a idéia de que uma nação é uma formação natural, faz parte do mundo, da natureza, como a água ou o ar... Uma nação é parte da natureza coletiva do homem. Unidos em blocos perfazem nações distintas, segundo alguns fatores mais ou menos estanques: Clima, geografia, história, consangüinidade, origens, intervenções externas, e outros.
Em contrapartida aparece o “Estado”, que não é natural, mas uma convenção humana: Um contrato social onde se estabelecem por escrito as regras pelas quais uma determinada nação (que já deve pré-existir) usará de base para alcançar o bem-viver e o desenvolvimento.
Assim, a cada nação corresponde um Estado. Se ele não existe ainda, deverá sê-lo!
Esta a Máxima de Bluntschli.
Sabemos que há Estados que comportam nações diferentes (ao arrepio da lei natural). Porém para mantê-los unidos ou eles utilizam a força, ou cedem-lhes autonomia.

Assim como as famílias que moram em um edifício unem-se em condomínio para obter alguns serviços essenciais únicos para todos (limpeza, segurança, etc.) também algumas nações, especialmente se provém de uma mesma origem, unem-se em Federação, com o mesmo objetivo. Temos aqui o caso mais contundente dos Estados Unidos da América do Norte.

É, não é o caso do Brasil! (Creio ser perda de tempo entrar em detalhes que todos conhecemos).

Mas pode vir a sê-lo, com certeza! É o que nós, separatistas gaúchos, acreditamos...

A grande questão é: Formamos, os gaúchos, uma nação?
Seríamos suficientemente exclusivos para pretendermos criar um Estado independente?

Bem, ao contrário do que tu afirmas, nós temos uma origem bastante diferente da formação brasileira. A começar pelo fato de que, à época colonial, o extremo-sul da Colônia-Brasil era Laguna, em Santa Catarina... (E da Santa Catarina que conhecemos hoje, apenas os cômoros de areia da praia pertenciam a Portugal).
Peço que entre no link abaixo e o leia para que eu não tenha de repeti-lo todo aqui (Rio Grande Livre/Matérias).

Agora podemos afirmar com segurança, o Separatismo não é uma solução: É um caminho que nos poderá levar a ela!

Queremos um Brasil exatamente como os Estados Unidos, ou a Suíça, com seus “Cantões”: Estados (ou regiões constituídas em Estados) independentes, unidas apenas em alguns pontos comuns, como um condomínio de edifício, por exemplo... É a forma moderna de entender Federação!

Bem, para isso precisamos cumprir um ritual (o mesmo dos EUA): Precisamos de algumas colônias independentes, e precisamos que elas, por vontade própria, se unam em Federação em uma reunião semelhante à “Convenção da Filadélfia”. Para que seja válida é imprescindível estarem exercendo à plena sua independência, caso contrário a Federação estará viciada...

Estamos léguas desta situação, e andando no caminho inverso: A centralização!

O Separatismo vem dar um grito de alerta, chamar a atenção para esta problemática, entendendo que só a partir daí, da independência, teremos o direito de sonhar com um país grande e forte, capaz de fazer frente às exigências do mundo atual.

Sds
O Separatista

24 novembro 2006

Declaração Universal de Direito dos Povos

Reunidos em Argel por iniciativa da Fundação Lélio Basso para os dirigentes dos povos, juristas, economistas, políticos e dirigentes de movimentos de libertação nacional proclamaram, a 4 de julho de 1976, a DeclaraçãoUniversal dos Direitos dos Povos, divulgada, desde o ano seguinte, em francês, em inglês e em espanhol, e cujo texto aqui apresentamos.

PREÂMBULO
Estamos vivendo tempos de grandes esperanças, mas também de profundas inquietudes: tempos cheios de conflitos e de contradições; tempos em que as lutas de libertação levantaram os povos do mundo contra as estruturas nacionais e internacionais do imperialismo e lograram derrubar sistemas colonias; tempos de lutas e de vitórias em que as nações assumem, entre si ou no seu interior, novos dias de justiça; tempos em que as resoluções da Assembléia Geral das Nações Unidas, desde a Declaração Universal dos Direitos do Homem até a Carta dos Direitos e deveres Econômicos dos Estados, exprimiram a busca de uma nova ordem política e econômica internacional. Mas são também tempos de frustrações e de derrotas, em que novas formas de imperialismo aparecem para oprimir e explorar os povos. O imperialismo, por métodos pérfidos e brutais, com a cumplicidade degovernos que na maioria das vezes se auto-designaram, continua a dominar uma parte do mundo. Pela intervenção direta, ou indireta, por intermédio das empresas multinacionais, pela utilização de políticos locais corrompidos,pela ajuda a regimes militares fundados sobre a repressão policial, a tortura e a exterminação física dos opositores, pelo conjunto de práticas às quais se deu o nome de neocolonialismo, o imperialismo estende sua dominação sobre numerosos povos. Conscientes de interpretar as aspirações de nossa época, reunimo-nos em Argel para proclamar que todos os povos do mundo têm o mesmo direito, se estão subjugados, de lutar por sua libertação, e o direito de contar, na sua luta, com o apoio de outros povos. Persuadidos de que o respeito efetivo pelos direitos do homem implica o respeito pelos direitos dos povos, adotamos a Declaração Universal dos Direitos dos Povos. Possam todos aqueles que, no mundo, travam o grande combate às vezes com armas na mão, pela libertação de todos os povos, encontrar na presente declaração a segurança de que é legítima a sua luta.

Seção I - DIREITO À EXISTÊNCIA
Artigo 1 - Todo povo tem direito à existência.
Artigo 2 - Todo povo tem direito ao respeito por sua identidade nacional e cultural.
Artigo 3 - Todo povo tem o direito de conservar a posse pacífica do seu território e de retornar a ele em caso de expulsão.
Artigo 4 - Nenhuma pessoa pode ser submetida, por causa de sua identidade nacional ou cultural, ao massacre, à tortura, à perseguição, à deportação, à expulsão ou a condições de vida que possam comprometer a identidade ou a integridade do povo ao qual pertence.

Seção II - DIREITO À AUTODETERMINAÇÃO POLÍTICA
Artigo 5 - Todo povo tem o direito imprescritível e inalienável à autodeterminação. Determina seu estatuto político com inteira liberdade, sem qualquer ingerência estrangeira.
Artigo 6 - Todo povo tem o direito de se libertar de toda dominação colonial ou estrangeira direta ou indireta e de todos os regimes racistas.
Artigo 7 - Todo povo tem direito a um regime democrático que represente o conjunto dos cidadãos, sem distinção de raça, de sexo, de crença ou de cor e capaz de assegurar o respeito efetivo pelos direitos do homem e pelas liberdades fundamentais para todos.

Seção III - DIREITOS ECONÔMICOS DOS POVOS
Artigo 8 - Todo povo tem um direito exclusivo sobre as suas riquezas e os seus recursos naturais. Tem o direito de recuperá-los se deles foi expoliado, assim como de reaver as indenizações injustamente pagas.
Artigo 9 - Como o progresso científico e técnico faz parte do patrimônio comum da humanidade, todo povo tem o direito de participar dele.
Artigo 10 - Todo povo tem direito a que o seu trabalho seja justamente avaliado e a que os intercâmbios internacionais se façam em condições de igualdade e eqüidade.
Artigo 11 - Todo povo tem o direito de escolher o seu sistema econômico e social e de buscar a sua própria via de desenvolvimento econômico em liberdade total e sem ingerência exterior.
Artigo 12 - Os direitos econômicos enunciados acima devem expressar-se num espírito de solidariedade entre os povos do mundo e levando em conta seus respectivos interesses.

Seção IV - DIREITO À CULTURA
Artigo 13 - Todo povo tem o direito de falar sua língua, de preservar e desenvolver sua cultura, contribuindo assim para o enriquecimento da cultura da humanidade.
Artigo 14 - Todo povo tem direito às suas riquezas artísticas, históricas e culturais.
Artigo 15 - Todo povo tem direito a que não se lhe imponha uma cultura estrangeira.

Seção V - DIREITO AO MEIO AMBIENTE E AOS RECURSOS NATURAIS
Artigo 16 - Todo povo tem direito à conservação, à proteção, e ao melhoramento do seu meio ambiente.
Artigo 17 - Todo povo tem direito à utilização do patrimônio comum da humanidade, tais como o alto-mar, o fundo dos mares, o espaço extra-atmosférico.
Artigo 18 - No exercício dos direitos precedentes, todo povo deve levar emconta a necessidade de coordenar as exigências do seu desenvolvimento econômico com o de solidariedade entre todos os povos do mundo.

Seção VI - DIREITOS DAS MINORIAS
Artigo 19 - Quando, no seio de um Estado, um povo constitui minoria, tem direito ao respeito por sua identidade, suas tradições, sua língua e seu patrimônio cultural.
Artigo 20 - Os membros da minoria devem gozar, sem discriminação, dos mesmos direitos que os outros cidadãos do Estado e participar com eles, em igualdade, na vida pública.
Artigo 21 - Estes direitos devem ser exercidos mediante o respeito aos legítimos interesses da comunidade em seu conjunto, e não podem servir de pretexto para atentar contra a integridade territorial e a unidade política do Estado, quando este atua em conformidade com todos os princípios enunciados na presente Declaração.

Seção VII - GARANTIAS E SANÇÕES
Artigo 22 - Todo descumprimento às disposições da presente Declaração constitui uma transgressão às obrigações para com toda a comunidade internacional.
Artigo 23 - Todo prejuízo resultante de uma transgressão à presente Declaração deve ser integralmente reparada por aquele que o causou.
Artigo 24 - Todo enriquecimento em detrimento de um povo, por violação das disposições da presente Declaração, deve dar lugar à restituição dos lucros assim obtidos. O mesmo se aplicará a todos os lucros excessivos realizados pelos investimentos de origem estrangeira.
Artigo 25 - Todos os tratados, acordos ou contratos desiguais, subscritos com depreciação aos direitos fundamentais dos povos, não poderão ter nenhum efeito.
Artigo 26 - Os encargos financeiros exteriores que se tenham tornado excessivos e insuportáveis para os povos deixam de ser exigíveis.
Artigo 27 - Os atentados mais graves contra os direitos fundamentais dos povos, especialmente contra o seu direito à existência, constituem crimes internacionais, acarretando a responsabilidade penal individual de seus autores.
Artigo 28 - Todo povo cujos direitos fundamentais são gravemente ignorados tem o direito de fazê-los valer, especialmente pela luta política ou sindical, e mesmo, em última instância, pelo recurso à força.
Artigo 29 - Os movimentos de libertação devem ter acesso às organizações internacionais, e os seus combatentes têm direito à proteção das leis humanitárias da guerra.
Artigo 30 - O restabelecimento dos direitos fundamentais de um povo, quando gravemente desconsiderados, é dever que se impõe a todos os membros da comunidade internacional.

(In: MARQUES, João Benedito de Azevedo. Democracia, Violência e Direitos Humanos. Anexos. São Paulo: Cortez, 1991)

16 novembro 2006

A República Brasileira

Vejam como se confirmam as idéias. Por modos diferentes, falamos a mesma linguagem:

Dia 08 de novembro eu disse aqui:
"- Então as revoltas eram tantas, que partiram para uma mudança radical: Proclamaram a República!... Só no papel. Tu, eu e qualquer pessoa de bom senso, sabe: Foi uma proclamação de mentirinha, só pra Inglês ver. Continuamos, sob novo formato, com o sistema imperialista."

Dia 16 do mesmo mes, saiu na tira do Diário Gaúcho (Porto Alegre):
As idéias estão aí, disseminadas e bem claras!
Custa juntá-las e concluir pela libertação de nosso país?

sds
O Separatista
http://www.riograndelivre.net

08 novembro 2006

Ao amigo David (Ver nos comentários)

Amigo, David.
Espero que nossas divergências ideológicas e diferenças de entendimento sobre estas questões abordadas não determine animosidade pessoal. Podemos ser amigos divergentes. (Hoje vou junto a amigos colorados, com a camisa do Grêmio, ao Gre-nal!).

Com certeza não leste as demais postagens no blog, e mais certo ainda, não acessaste o site indicado no cabeçalho (http://www.riograndelivre.net).

Neles, com um pouco de sorte, poderias ter encontrado o que vou te dizer agora:

Não há dúvidas que, dentro da esfera de decisões, localizada em Brasília, encontramos muito gaúchos. Embora estejam em flagrante minoria, e seus pleitos e reivindicações sejam, em regra, voto vencido.

Jamais foi minha intenção, e a de qualquer separatista consciente, culpar os políticos pela atual situação brasileira. Nem os nossos, nem os de outros Estados. Aliás, isto é prática contumaz dos brasileiros que vêem neste Continente, um país! Nunca de separatistas!

Nem mesmo estes grandes e conhecidos corruptos de colarinho branco são os responsáveis por este estado de coisas...

O verdadeiro vilão, vou te dizer quem é:

É O SISTEMA POLÍTICO-PARTIDÁRIO E ADMINISTRATIVO BRASILEIRO !

(Desculpe, o Caps Look é apenas para dar ênfase, não para “gritar”!).

Então, para que tu entendas melhor, vamos partir do começo:
- O Brasil é um país continental, criado por um império com cobiça de grandeza, que buscava anexar mais e mais terras ao Império Português, confundindo grandeza territorial com riqueza econômica.
- Um país deste tamanho só pode ser bem e justamente governado de duas formas. De forma absolutista, ou em forma de Federação.
- Não podemos esquecer que o Sistema Federativo foi criado para os EUA, por 13 colônias iniciais que tinham, então, praticamente um fato social homogêneo, ou seja, tinham sido colonizadas basicamente pelo mesmo colonizador, e não se mesclaram em grande escala pelo concubinato, como o ocorrido aqui no Brasil.
- Ainda não esqueçamos que um território ser colonizado por anglo-saxões é uma coisa, ser colonizado por Portugueses (inicialmente) é outra coisa bem diferente.
- Bem, enquanto foi um Império o Continente Brasílico ia bem, muito obrigado. As revoltas por liberdade eram sufocadas a ferro e fogo, os seguidores de novos sistemas europeus, como República e Federação, eram perseguidos, mortos, e esquecidos... E ainda assim, tudo corria bem. O Brasil crescia, era até respeitado lá fora!
- Claro que aqui dentro ninguém agüentava mais esta situação de escravo. O Império português era esfoleado pelos ingleses, e quem pagava a conta eram nossos antepassados (meu e teu).
- Então as revoltas eram tantas, que partiram para uma mudança radical: Proclamaram a República!... Só no papel. Tu, eu e qualquer pessoa de bom senso, sabe: Foi uma proclamação de mentirinha, só pra Inglês ver. Continuamos, sob novo formato, com o sistema imperialista.
- À medida que o mundo foi se modernizando, e adotando novas formas de administração, o Brasil foi se adaptando, sem jamais abandonar, no fundo, no fundo, o centralismo oriundo dos tempos do Império.
- Foi preciso, portanto, criar um sistema político tal, que parecesse democrático, liberal, e republicano, mas que no fundo continuasse contemplando a centralização de poder decisório, poder político e poder econômico...
- Desenvolveu-se este sistema político-partidário e administrativo que nos infelicita. A TODOS (Não só aos Gaúchos!)

- Ora, reformas não resolvem. Pois só os muito ingênuos podem acreditar que parlamentares e governos vão abrir mão de suas prerrogativas, de seus direitos adquiridos. Eles não vão implodir o sistema que os colocou lá e os “amamenta” tão graciosamente! Capicce!

- Deixa eu mostrar por outro ângulo: Se eu, ou tu, ou qualquer um de nós, sujeitos de boas intenções, pretendemos entrar para a política, com pensamentos elevados de servir ao próximo, etc, etc..., podemos entrar. Financiaremos nossas campanhas do próprio bolso e com algum talento obteremos a simpatia de amigos e parentes. Mas já na vida parlamentar, no primeiro degrau de uma promissora carreira que nós pretendemos trilhar, veremos que precisamos entender o funcionamento interno do sistema, para melhor nos adaptarmos. Precisaremos aprender a barganhar, a trocar favores, até mesmo a “conquistar” algum líder. Vamos aprender que só mesmo nos corrompendo, abrindo mão de algumas convicções, vamos conseguir obter algum espaço dentro do partido...
- E daí em diante, só vamos cada vez mais nos tornar “verdadeiros” políticos, que dizem o que o povo quer ouvir, mas que fazem o que é melhor para o partido, mesmo que uma coisa não coincida com a outra.
- Que tal! Já fazemos parte da “quadrilha”! O Sistema nos criou, e nos orientou a isso. Se nós aceitamos, vamos em frente, e com certeza lá estaremos bem de vida e nem ligando pros Cassetas e Planetas da vida. Se não aceitamos isso, e começamos a espernear... Bem, não somos um bom político (no entendimento deles, é claro!), e somos colocados de lado, somos voto vencido, somos esquecidos num canto, até definhar. Ou, o que é pior, nos aconselham a seguir a carreira acadêmica e deixar a política para os “políticos”. Hehehe!

- Bem, meu amigo, isso acontece a nível de Brasil, inclusive no Rio Grande. O sistema é perverso, e somos obrigados a legitimá-los no poder.

- Agora a questão principal: Por que tu achas que o sistema político do Brasil é este, e não outro mais produtivo e confiável?
- Por falta de homogeneidade cultural! Um povo com uma cultura específica, obtém uma personalidade própria e com ela saberá o rumo a tomar, que seja melhor para seu povo. Isso chama-se “Identidade Nacional”!

- Nunca um separatista afirmou que só o Rio Grande tem identidade nacional. Podemos ver num lance de olhos cinco ou seis povos culturalmente homogêneos, capazes de constituir uma verdadeira identidade nacional. Inclusive um deles, a identidade brasileira!

- Portanto os separatistas do Rio Grande não comportam a pecha de covardes, pois estendem seus ideais a todos os povos do Brasil, até mesmo ao povo Nordestino! Cada povo, com sua própria administração, tem mais chances de desenvolvimento do que um Brasil atual, administrado como uma grande empresa, que enriquece a cúpula as custas de seus milhões de trabalhadores-escravos.

- Separando (todos os povos do Brasil), destruiremos o sistema aqui estabelecido. E criaremos condições para que cada povo, com sua homogeneidade, tenha condições de construir sistemas políticos-administrativos mais voltados aos seus interesses...

Desculpe se não posso ser mais explícito. Mas este assunto é por demais complexo...

Aguardo tuas considerações,

Sds
O Separatista

26 outubro 2006

Pagamos caro a vaga...

Uma das principais causas de indignação do povo gaúcho, e um dos motivos mais fortes para desejarmos a desanexação do Rio Grande da federação brasileira, é a questão tributária.
Os tributos são alto... Mas seriam pagos de bom grado, caso obtivessemos uma contrapartida em serviços públicos.

Não é o que ocorre. Ano após anos, vemos nossos dividendos se esvaindo nos corredores e salas luxuosas de Brasília, sem o retorno mínimo para amenizar nossa crise!

Aqui mostro a comprovação do que afirmamos há muito tempo:

Em 2005, pagamos em impostos federais 17 bilhões e meio de reais (http://jcrs.uol.com.br/noticias.aspx?pCodigoNoticia=
2605&pCodigoArea=33).
Em contrapartida vemos os investimentos federais em 2006, segundo o orçamento publicado pela Câmara dos Deputados, no Rio Grande do Sul: R$ 4 bilhões e 100 milhões...
(http://www.camara.gov.br/Internet/
orcament/Principal/loa/loa2006/mapa/RS.pdf)

Quer dizer:
Enviamos 17,5 bilhões e recebemos de retorno R$ 4,1 bilhões...

Ainda se fosse uma situação casual, tudo bem. Mas essa é a regra! É assim ano após ano! Desde a Proclamação da República!

Será que estes R$ 13 bilhões (que foram e ficaram!) Não nos fazem falta?
Será que não está muito cara a vaga de Federado ao Brasil?

sds
O Separatista
http://www.riograndelivre.net

25 outubro 2006

Meu ninho

Nesta época de eleições, ficamos em um brete, encurralados (desculpem o palavrão!), e não vemos outra saída senão esperar o dia, votar, e finalmente... a liberdade para seguir nossa vida!
Nós gaúchos estamos divididos entre Lula e Alkimin, Olívio e Yeda...
Sabem como realmente me sinto?
Sinto-me uma galinha, vivendo num belo galinheiro, mas tendo que decidir entre "a raposa" e "o gambá" para governá-lo...
Seja como for não posso fazer mais nada, a não ser legitimar um deles no poder, e rezar para que não me encontre aqui no "meu ninho..."

sds
O Separatista
http://www.riograndelivre.net

14 outubro 2006

O Império brasileiro do século XXI

A idéia mais clara que encontramos para definir Federalismo:
“Federalismo é uma forma de governo que consiste na reunião de vários Estados num só, cada qual com certa independência, autonomia interna, mas obedecendo todos a uma Constituição única”.
(Wikipédia http://pt.wikipedia.org/wiki/Federalismo )
“A quantidade de autonomia diferencia as federações estadunidense, brasileira e alemã. Os estados brasileiros possuem menos autonomia que os estados americanos.”
(Wikipédia http://pt.wikipedia.org/wiki/Federa%C3%A7%C3%A3o)
O Golpe de Estado, realizado em 1937 por Getúlio Vargas, foi motivado principalmente para “neutralizar a importância dos interesses regionais a fim de construir a unidade política e administrativa”. “Os governos subnacionais perderam receitas para a esfera federal. Mas a mais importante medida foi delegar ao governo federal a competência para legislar sobre as relações fiscais externas e entre os estados”.
REVISTA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA Nº 24: 105-121 JUN. 2005.
A Constituição democrática de 1946, não retornou ao sistema autônomo “devido ao reconhecimento de que era preciso perseguir rápido crescimento econômico sob a égide do governo federal”. REVISTA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA Nº 24: 105-121 JUN. 2005.
Assim, desde o período autoritário de Vargas não há mais a autonomia econômica tão necessária aos supostos Estados Federados. Passou-se ao exercício das “transferências inter-governamentais” com o pretenso objetivo de diminuir as desigualdades regionais, mas com o objetivo real de concentração de poder de barganha e controle. Após mais um golpe, o de 1964, novamente temos um retorno daqueles objetivos, “a ‘restauração’ do federalismo e a descentralização por meio da elaboração de uma nova constituição”. Mas a Constituição de 1988 “tem sido marcada por políticas públicas federais que se impõem às instâncias sub-nacionais...”, “poucas competências constitucionais exclusivas são alocadas aos estados e municípios. Por outro lado, estados e municípios possuem “autonomia administrativa considerável”, responsabilidades pela implementação de políticas aprovadas na esfera federal, inclusive muitas por emendas constitucionais”. Realmente um "considerável autonomia", não?
“O Brasil adotou - segundo Celina Souza - um modelo de federalismo simétrico em uma federação assimétrica. Dois fatores fortalecem ainda mais esse modelo simétrico. O primeiro é que as regras sobre as competências, recursos e políticas públicas das entidades subnacionais são capítulos detalhados da Constituição, deixando pouca margem de manobra para iniciativas específicas. O segundo é que o Supremo Tribunal Federal (STF) vem decidindo sistematicamente que as constituições e as leis estaduais reflitam os dispositivos federais ou são monopólios federais, o que impõe uma hierarquia das normas constitucionais e legais, apesar da Constituição não explicitar tal princípio”.
Isto significa que o propalado "Federalismo Brasileiro", não obedece, quanto aos recursos e políticas públicas, aos princípios Federalistas! E reforça: “A maioria das constituições estaduais é uma mera repetição dos mandamentos federais”. Bingo!
Segundo o Programa de Informações Internacionais dos Estados Unidos, numa Federação “Embora se concorde, de um modo geral, que os governos locais devem satisfazer as necessidades locais, algumas questões são deixadas para o governo nacional. A defesa, os tratados internacionais, os orçamentos federais e os serviços postais são, muitas vezes, citados como exemplos. As leis locais refletem as preferências segundo as quais as comunidades locais escolhem viver — polícia e bombeiros, administração escolar, saúde local e regulamentos sobre a construção são, com freqüência, decididos e administrados localmente”. (http://www.embaixada-americana.org.br/democracia/index.htm)
Analisando especificamente o caso da Federação Brasileira, percebemos que as autonomias dos estados criados, e num passe de mágica unidos em Federação, na Proclamação da República, foram gradativamente diminuindo a ponto de distanciar o regime atual da definição clássica de Federação. Não houve, em nenhum momento, uma decisão popular neste sentido.
Tornados assim em meras Províncias produtoras regidas por um Governo Central e Forte, não podemos conceituar o sistema brasileiro como “federativo”, mas sim, Imperialista nos melhores moldes da Idade Média!

Sds
O Separatista

13 outubro 2006

Máxima de Bluntschli

O separatista convicto acredita na máxima de Bluntschli : “Toda nação é destinada a formar um Estado, tem o direito de se organizar em Estado. A humanidade divide-se em nações; o mundo deve dividir-se em Estados que lhes correspondam. Toda nação é um Estado; todo Estado, uma pessoa nacional”.
A incidência geográfica de uma cultura regional forma ao seu redor limites naturais não demarcados e muitas vezes não percebidos pelos homens. Esta área de incidência cultural, uma vez amadurecida, pode, e deve, buscar sua autonomia política, administrativa, em todas as áreas que lhe for possível ser autônoma.
O Gaúcho, analisando à luz dos conceitos sociológicos, forma uma “ilha” cultural com ethos próprio, com padrão cultural único, independente das divisões geográficas conhecidas. O auto-conhecimento desta cultura desperta em nós, gaúchos, sentimento nacional (Nacional mesmo, no sentido de constituir uma nação). Uma vez arraigado este sentimento nacional, reivindicamos nosso direito natural de constituir um Estado, não anexo a um país maior, mas independente e soberano.

Como fazer isso funcionar... Ora, tudo isso é um processo natural! Ninguém força a natureza de ninguém... Portanto não há mágica. Tudo vai acontecer exatamente como deve acontecer. Nós não temos planos para proclamar a futura Independência. Não somos candidatos à Presidente de país nenhum! Não temos um programa pronto e acabado de como fazer este país funcionar, pois um país se faz com o somatório das qualidades (boas ou más) de todos os seus cidadãos!

Sds
O Separatista

10 outubro 2006

A Guerra Separatista


Pode-se subjugar um povo, impedi-lo de seguir seu caminho, dominá-lo fisicamente...
Pode-se até ordenar que este povo "esqueça-se" dos seus atos, do que realizou, do que construiu com lágrimas e sangue... Mas não se pode impedi-lo de sonhar, de desejar sua liberdade e, quando possível, lutar por ela.

Guerra dos Farrapos (o outro lado)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_dos_Farrapos_(o_outro_lado)

Sds
O Separatista

03 outubro 2006

Os Verdadeiros Separatistas Gaúchos

Separatistas convictos?
Claro que sim, temos por todos os lados... Alguns mais convictos escrevem, denunciam!
Vozes ao vento, como Joãos Batistas...
Mas chegará o dia em que suas profecias se cumprirão...
Quem viver verá!

Vejam alguns trechos, que selecionei como exemplo, de alguns dos “verdadeiros separatistas gaúchos”:



Sou separatista, anticomunista, antiterrorista, e 'racista' contra a raça dos hipócritas”. “Deixem os três escoteiros (Sarney, Suassuma e Calheiros) mandar no fictício Brasil, ou no que restará...”. “...pois Alexandre Dumas ressuscitará para d'Artagnan comandar Athos, Porthus e Aramis a dar aos povos brasileiros a sua independência, a começar pelo resgate da República Rio-Grandense proclamada em 11-09-1836”. Edgar Granata – Advogado.



Tu já sentiste aquela profunda indignação de ver diariamente nossa cultura se degradando, nossos valores sendo substituídos pelos maus valores dos outros? Aí, tu começas a ver cada ponto que nos incomoda terrivelmente nesta atual situação de anexados ao Brasil, a indignação então, começa a crescer, vira revolta e segues até o ponto em que tu te convences de que precisa fazer alguma coisa.
Aí, subitamente, tu te dás conta de que o nosso sonho não é um sonho impossível. Tu percebes que podes fazer alguma coisa concreta pela causa separatista e pensas em como tu podes te dedicar fervorosamente aos nossos ideais
.” Felipe Simões Pires – Estudante



O GAUCHO NAO É SOMENTE UM POVO; É UMA NAÇAO QUE TEM VIDA PROPRIA”. “Transformar significa mudar, mudar os pensamentos, aumentar o orgulho de ser gaúcho de morar no Rio Grande do sul, no restante das pessoas em nosso estado, pois assim a transformação já estaria feita, só faltaria colocar no papel, seríamos economicamente e humanamente um país, pois um povo já somos, desde antes da revolução farroupilha.”
João Mariano – Comerciário



“No meu ver o nosso objetivo é estar 100% focado para abertura de uma consulta popular para transformar o "Estado Rio Grande do Sul" em "República Rio-Grandense". As justificativas são muitas e a cada dia está se tornando mais e mais o momento ideal, tendo em vista a quantidade de fraudes e escandalos que envolvem pessoas ligadas ao centro do Império.” Hugo Dominiak.



“Prefiro pensar que a centralização de poder em Brasília é prejudicial às nossas economias; portanto, a separação e conseqüente autonomia sulista seriam favoráveis ao Rio Grande.” Humberto Reis – Médico.



Bem, somente alguns exemplos. O MRR está atuante, e em expansão...
Visite-nos em http://www.riograndelivre.net e increva-se no GELIRG (Grupo de Estudos Liberdade para Rio Grande).



sds
O Separatista

30 setembro 2006

Afinal, o que é mesmo uma Federação?

A Federação é, sem dúvida um bom argumento separatista.

Leiam este artigo do Professor Daniel Rosa Baltazar, acadêmico em Ciências Sociais - Universidade Estadual de Maringá, sobre a Federação dos Estados Unidos, e comparem com a do Brasil.

“Os Estados Unidos são mesmo Estados unidos
O pleito que elegeu George W. Bush Presidente dos Estados Unidos no final do ano passado nos pareceu mesmo um samba do crioulo doido. A confusão que os Americanos criaram não faz muito sentido para nós brasileiros. Temos dificuldade em entender como a eleição pode ser diferente em cada estado, assim como não entendemos com naturalidade que pode algo ser crime em um estado e em outro não. A punição ser diferenciada também nos causa estranheza, por exemplo, alguns estados adotam a pena de morte e outros não.
Para entender o sistema político dos Estados Unidos é preciso pensar nele, realmente como Estados que se uniram para formar uma nação, e não como um País que foi dividido em unidades administrativas chamadas de Estados. Assim ficará mais simples a comparação entre os sistemas políticos do Brasil e dos Estados Unidos, que apesar de guardarem muitas semelhanças, possuem origens históricas muito diferentes.
Longa foi a discussão antes que os Estados Unidos da América se tornassem um único país, e não treze países distintos, originários das treze colônias britânicas na América do Norte. No período pré-independência, as 13 colônias, dispersas ao longo da costa do Atlântico, gozavam de uma boa independência entre si, como núcleos regionais. Pode-se dizer até que havia uma certa independência da própria coroa britânica, distante e pouco interessada.
A guerra da independência Norte Americana começou exatamente quando a coroa britânica mostrou ter sim interesse em suas colônias, ou seja, começou a cobrar com rigor os impostos dos súditos do Rei George na América.
Nem todas as colônias aderiram ao movimento de independência de imediato, havia muita controvérsia sobre os destinos daquela terra que ainda não era um país. Isso sem esquecer que a Revolução Americana aconteceu antes da Revolução Francesa, e portanto, conceitos como república, democracia, federação, presidencialismo, etc. não são conceitos plenamente estabelecidos naquele mundo monárquico.
Através da publicação de artigos em jornais (posteriormente reunidos em um livro – O Federalista) defendem-se as vantagens da união dos Estados em uma Federação. Seria melhor para a defesa contra inimigos externos e até mesmo para intermediar as diferenças entre os estados, entre outras coisas. O contra-argumento da perda de autonomia dos estados também é levada em consideração, mas há um consenso entre os autores dos artigos de que essa perda deve ser mínima. Este é um dos principais fundamentos históricos para a tamanha autonomia que os estados que formam os EUA possuem ainda hoje.”



Bem, se quiséssemos obter uma Federação de verdade no Brasil, o primeiro passo seria conseguir autonomia absoluta para todos os Estados. Deixá-los desenvolver-se autonomamente, até que sentissem a necessidade de unir-se em Federação, com pontos e objetivos comuns, tal como lá.

Mas, pelo contrário, a “Federação brasileira” foi constituída de cima para baixo, numa decisão unilateral tomada, não por algum Estado, ou mesmo por alguma representação dos mesmos, mas pela elite dominante... Com o objetivo claro e transparente de se perpetuar no poder! Imitaram a Constituição americana, para que o “Poder Central” fosse legitimado, e de lá para cá, cada vez mais este poder central, centraliza-se (!), concentrando decisões e principalmente nossos tributos!

Atrás da máscara da federação brasileira, vamos encontrar nada mais nada menos, que o velho e ardiloso imperialismo, nosso conhecido do século XIX, modernizado, atualizado, mas firme nas suas diretrizes centralistas!
É o que chamo de "Ranço Imperialista"!

Ora, por que não lutamos por uma reforma política e a institucionalização de uma “Federação de verdade”?
Simples.
Não acreditamos que o Congresso, o Senado e o Executivo cometam o Hara-Kiri! Qualquer reforma aí será paliativa, e manterá o essencial!
Nem acreditamos que os “poderes-não-constituídos”, mas com certeza mais poderosos que àqueles, vão permitir que uma idéia dessas, funesta para eles, cresça no âmbito da elite!

Ora, se quisermos uma Federação “De Verdade”, vamos ter que trilhar o mesmo caminho dos Estados norte-americanos, desde o começo... Não tem atalho! Não adianta inventar!

Ou podemos optar por uma federação estilo suíço, por exemplo...

Que tal estudarmos um pouco esta questão?

Sds
O Separatista

27 setembro 2006

Luta Separatista do Século XXI

"Sabemos das dificuldades de nossa causa, notadamente porque o povo está acovardado com vinte anos de ditadura militar, e que ainda não conseguiu levantar a cabeça.
Criou-se uma cultura popular de reproduzir somente o que recebe de cima, deste os tempos das revoluções como da Inconfidência Mineira, Confederação do Equador, Revolução Farroupilha, Constitucionalista.... já que o resultado era sempre o fracasso, a represália brutal que amedrontava e desanimava.
Formou, assim, um povo conformista, dominado pelo que considera uma fatalidade do destino, com medo até de conhecer a verdade, quanto mais de lutar por ela.
Nós que estamos nesta luta, pela transformação ou remodelação da AméricaPortuguesa, somos os previlegiados que conseguimos erguer a cabeça e vislumbrar um horizonte que promete um futuro melhor e feliz para nossas famílias, nossos vizinhos, nossa grei, nossa nação!
Avante companheiros! Que nos sirva de exemplo a heroicidade farroupilha, daqueles que resfolegaram as coxilhas durante 10 anos, sem nenhum conforto. Sem caminhões, sem tanques, sem aviões, sem internet, sem leiser e até sem barracas, quando não sem roupa para enfrentar chuva e frio, confiando apenas na força do braço e nos cascos dos cavalos para levar adiante o sonho de uma Pátria Livre.
Nossa causa é tão nobre quanto a deles. Apenas os meios, para reinvindicar nosso Direito Sagrado de Autodeterminação, são diferentes, mas a constância, indubitavelmente, deve ser a mesma."
Carlos Zatti
Membro do O Sul é o Meu País

Acrescento que nosso verdadeiro Hino Nacional diz, em sua primeira estrofe:

"Bravo povo Rio-grandense / Povo de heróis, povo bravo / Conquistaste a independência / Jamais serás escravo"

Repudiemos! Não aceitemos a escravidão advinda de Brasília! Nosso destino é JAMAIS SER ESCRAVO! É o nosso direito, e é o nosso desejo!

Não aceite sua derrota...
VIVA A REPÚBLICA RIO-GRANDENSE!

sds
O Separatista

25 setembro 2006

Federação ou Confederação?

Reflexões:

"O Brasil se diz uma federação, mas seus "estados" (em realidade, províncias/departamentos administrativos) têm menos autonomia que em muitos países que não se denominam "federações".
Atualmente, distinguem-se os dois termos.
Uma federação é algo como ocorre nos EUA, por exemplo. Estados (literalmente) legislam e têm autonomia administrativa. No entanto, existe uma legislação comum a todos os estados e é o que os mantém "federados".
Uma confederação se aproxima do que que se forma na Europa neste momento. Diversos estados independentes e soberanos abrem mão de certas particularidades, buscando uma ordem legal mínima comum.
A nossa situação, hoje em dia, é quase a pior. Na falsa federação brasileira, estamos submissos a um sistema único que estende seus tentáculos sobre todos os supostos "entes federativos". O grau de autonomia é mínimo e pode ser diminuído infinitamente (sempre que se criar uma lei de abrangência nacional, as leis estaduais perdem valor)." Felipe Simões Pires.

"A distinção está no ponto assinalado por Hamilton; enquanto em uma confederação o governo central só se relaciona com Estados, cuja soberania interna permanece intacta, em uma Federação esta ação se estende aos indivíduos, fazendo com que convivam dois entes estatais de estatura diversa, com a órbita de ação dos Estados definida pela Constituição da União". Limongi.

sds
O Separatista

23 setembro 2006

O Futuro do Rio Grande


E assim, passam-se as gerações, e nosso sentimento nacional se agiganta...

sds
O Separatista

18 setembro 2006

Não combina...

Ontem tivemos ao redor do Parque Farroupilha, a já tradicional "Parada Gay"...
Tudo bem, todo mundo tem o direito de se manifestar. Só não entendo uma coisa:
Por que "Parada" para os Gays, e "Desfile" para os gaúchos?
Não sería o contrário?
Abraço
O Separatista

16 setembro 2006

Gringos brasileiros no Rio Grande

Um grupo de aventureiros publica no site de aventuras “Confluence” (http://www.confluence.org/confluence.php?lat=-32&lon=-53) uma visita feita ao sul do nosso estado em Agosto de 2004. Seus nomes são brasileiros, mas os comentários estão escritos em inglês.
No caminho deparam com uma cavalgada (chamada de “procissão”) de gaúchos pilchados transportando a “Chama Crioula” (que virou, aos seus olhos “Tocha Olímpica”, hehehe!).
Curioso e emocionante.
Transcrevo aqui, sem preocupação com exatidão (pois não sou tradutor), os comentários dos “gringos” brasileiros!

“25-Aug-2004 -- Nós deixamos Santa Maria com o objetivo de visitar a confluência nas paralelas 32ºS e 33ºS, mais extrema do sul do Brasil.
A primeira escolhida era 32ºS 53ºW, ao lado de Conde Matarazzo, uma vila pequena onde alguns habitantes coexistem com as ruínas de uma pedreira abandonada de pedra calcária.
Na estrada, nossa atenção foi chamada por uma enorme árvore centenária que espalhou sua sombra sobre a estrada. Nós paramos para apreciar a árvore e observamos um movimento na fazenda mais adiante, que contrastou com o aspecto desértico da região. Uma procissão de “gaúchos” tradicionalistas carregava uma chama como uma tocha Olympica, chamada “a Chama Crioula”. Esta chama viaja através de todo o estado do Rio Grande do Sul antes da “da Semana Farroupilha”, um período que recorda a história da revolta mais importante que ocorreu no Rio Grande do Sul, rendendo homenagem a seus heróis e a seus feitos. Considerada o evento mais popular no estado, a “Semana Farroupilha” é comemorada por milhares de pessoas anualmente. Um dos heróis homenageados é o nosso ancestral, Bento Gonçalves da Silva”.




Esta última frase me parece pronunciada por um dos membros da cavalgada, que traduzida para o inglês ficou magnífica: “One of the heroes honoured is our great great great grandfather, general Bento Gonçalves da Silva.”

Sds
O Separatista


Amigos, camaradas...

Boa charla, bom chimarrão. Idéias libertárias no Harmonia.

Felipe (esq.) e Romualdo

10/09/2006

11 setembro 2006


Acampamento Farroupilha

A manifestação de orgulho e carinho por nossa cultura terroinha, no mês de Setembro, está ficando cada vez mais forte e rica.
A nota negativa fica por conta do que vemos nesta foto...
Uma loja de moda Country, inclusive tocando música country!
Cadê o MTG que não vê o estrangeirismo forçando a porta da nossa tradição?
Continuar assim, vamos acabar vendo em edições futuras a venda de berimbaus, acarajés e vestidos de baiana...
Se antena, pessoal, e não consome... Que eles vão embora!
Abraço
O Separatista

31 agosto 2006

Eleições

O brasileiro cada vez sabe menos votar. O povo que no Brasil representa a maioria, se deixa levar pelas armadilhas da propaganda.
A culpa não é do Lula. É do sistema que o colocou lá e o mantém lá.
O sistema que começa com a educação (precaríssima), passa pela formação política e termina com a forte e implacável mídia...
O brasileiro não é um povo homogêneo. Enquanto uns se informam e sabem em quem devem ou não devem votar, outros são “politicamente ignorantes” e votam em sujeitos como o Lula. Somos seus reféns. Somos reféns da mídia, somos reféns do poder de Brasília...

Confira aqui, o nível do cara que a maioria do povo brasileiro vai reeleger...

Romualdo Negreiros

27 agosto 2006

Camisetas...

É. Não deu prá resistir...
Tão logo peguei as camisetas de divulgação do MRR, fui vestindo uma e já tirei umas fotos.



Prá quem não sabe, aí vai a dica:
Dia 10/09/2006, vamos (Separatistas e afins) nos reunir para uma mateada amiga no Parque Farroupilha, vulgo Redenção. O Local é nas imediações do monumento ao expedicionário. Para nos reconhecer, vamos estar com estas camisetas de divulgação.
Teremos algumas para fornecimento no local.

O Motivo da reunião não poderia ser melhor: Comemorar (humildemente) os 170 anos da Proclamação da República - incrivelmente esquecida pelo Tradicionalismo oficial gaúcho!
O grupo está aberto a qualquer pessoa que se interessar pelo tema.


Tínhamos planejado um trabalho de serigrafia. Porém, na última hora, encontrei um artesão muito bom no desenho, que topou fazer o trabalho à mão, com tinta lavável, pelo mesmo preço da serigrafia. Incluiu ainda o texto nas costas e mais uma bandeira original da República, na manga...





Ficou mais personalizada e mais durável que a cópia serigráfica, sem falar na melhor qualidade do tecido da camiseta...
Na minha opinião, ficou muito bom.
Confiram aí.



sds
O Separatista
TRADIÇÃO PAULISTA
Em uma resposta ao e-mail de um amigo paulista, respondi que lamentava pelo fato de São Paulo não ter organizado um movimento próprio para resgatar sua história e estabelecer sua identidade.
Aos domingos, como hoje, gosto de “navegar” a esmo pelas centenas de milhares de rádios do Winamp, ouvindo o que se fala e se escuta pelos incontáveis cantos do mundo. Com muito espanto encontro uma rádio difícil de identificar, falando em “Gauchês”, e se dizendo do Vale do Araguaia. O locutor, um gaudério tapado das ventas, numa grossura de dar dó! Bem humorado e sorridente, só tocava daqueles “vanerão” bem rasgado, de se “dançá cos pé trocado”. As propagandas acompanhavam o ritmo e o estilo da rádio... Tinha a impressão que estava ouvindo uma emissora de um outro país, extremamente distante do Brasil, metido no meio do terreno entre o rio Ibirapuitã e o rio Uruguai...
Mas, segui minha viagem auditiva pelo “random” do Winamp... quando deparo com um nome bem conhecido e brasileiro: “Rádio Sertaneja”...
De cara, peguei o Roberto Carlos cantando “Obrigado Senhor”, na rádio dita Sertaneja... Bem, o Roberto é universal, deixa tocar em qualquer rádio. Mas tão logo terminou a música gospel, um locutor fala-rápido com efeitos acústicos estilo tecno, anuncia qualquer coisa em inglês, já me entra um rock-country cantado por uma moça norte-americana!
É o que eu digo: Lamento, pelos paulistas!
Sds
O Separatista

24 agosto 2006

O Separatismo é ilegal?
Contraria a Constituição e poderemos ser presos?

Perguntas estas que cada pessoa faz interiormente ao se deparar com as propostas separatistas. É a responsável pela recusa imediata e às vezes irrecorrível de considerá-las com seriedade. Forma assim uma barreira que precisa ser vencida com a força dos argumentos. Infelizmente muitos erguem tão altos muros que se torna intransponível, inacessível, privando-o de um bom entendimento e de uma boa escolha.


Todo o separatismo, seja em qualquer lugar do mundo, seja em qualquer tempo, sempre foi ilegal, se levarmos em conta as leis dos países dos quais se pretende separar! E seria estranho se assim não fosse.

A questão fundamental deriva-se desta primeira colocação, e tem o seguinte enunciado: Estaríamos nós separatistas cometendo ato ilícito, e conseqüentemente, passível de punição (e os exemplos de punição de separatistas, no mundo, não são nada animadores!).
Esta questão fundamental apresenta dois lados bem distintos: O moral e o legal.
Vamos ver hoje somente o primeiro aspecto:


a) O pensamento é livre! Podem proibir-nos de divulgá-lo (que é um ato despótico), mas não de possuí-lo.


b) Nossa sociedade contemporânea e a Constituição brasileira, em nome da democracia, não nos proíbe de divulgar nosso pensamento... (Seja qual pensamento for).


c) Quando nós, gaúchos, estivermos todos (ou em maioria) conscientes de nosso verdadeiro momento social, ou seja, quando a maioria do povo gaúcho, através da divulgação e do esclarecimento, obter a consciência de que forma um grupo étnico com um padrão cultural estável, esta consciência nos tornará verdadeiramente uma nação! (Trabalho intrínseco realizado pelos CTG’s).


d) Ora, uma nação tem suas próprias leis, mesmo que não estejam expressas em palavras impressas e não tenham sido assinadas por representantes do povo, elas existem latentes no meio do povo, como um ethos, como características culturais, fazem parte de nosso “pensamento nacional”.


e) Teremos, portanto, uma nação, com sua consciência nacional repleta de leis implícitas, mas inserida em um país maior com suas leis explícitas e impostas.


f) Qual dessas leis preferimos obedecer, quando uma contraria ou busca a anulação da outra? A lei natural nos diz que temos, como povo-nação, direito à nossa autodeterminação e, conseqüentemente, nossa independência. Já a lei do Estado brasileiro, que abrange várias nações (entre elas a nossa), nos impõem no Art.1º de sua Constituição que tal Estado multinacional (brasileiro) é "indissolúvel".


g) Assim foram criados inúmeros países. O povo, imbuído de sua condição nacional, luta em bloco pela sua auto-determinação ou independência total e irrestrita...


h) Tudo a partir de apenas uma decisão íntima, pessoal, intransferível, que cada cidadão conscientemente gaúcho deve fazer!

Sds

O Separatista

19 agosto 2006

Esta é a Bandeira original dos Farrapos durante a guerra de 1836!


Hino Nacional da República Rio-Grandense


Nobre povo rio-grandense,
Povo de heróis, povo bravo!
Conquistaste a independência
Nunca mais serás escravo.

Da gostosa liberdade
Brilha entre nós o clarão;
Da Constância e da Coragem,
Eis aqui o galardão.

Avante, ó povo brioso!
Nunca mais retrogradar
Porque atrás fica o inferno
Que vós há de sepultar

Da gostosa liberdade
Brilha entre nós o clarão;
Da Constância e da Coragem,
Eis aqui o galardão.

O majestoso progresso
É preceito divinal;
Não tem melhor garantia
Nossa ordem social

Da gostosa liberdade
Brilha entre nós o clarão;
Da Constância e da Coragem,
Eis aqui o galardão.


O mundo que nos contempla,
Que pesa nossas ações
Bendirá nossos esforços
Cantará nossos brasões

Da gostosa liberdade
Brilha entre nós o clarão;
Da Constância e da Coragem,
Eis aqui o galardão.

Ué! Você não conhece o nosso Hino Nacional Rio-Grandense?
Pois tente cantá-lo com a música do atual hino...
Na verdade este é o nosso HINO NACIONAL verdadeiro!
O Primeiro!
O Oficial !!!
Este hino foi cantado pela primeira vez na tarde do dia 30 de Abril de 1839.
Havia, em Caçapava, capital da República, um sarau em comemoração à Tomada de Rio Pardo, ocorrida um ano antes. Era de praxe que ao início de uma comemoração oficial fosse executado o hino nacional. Estavam presentes as maiores expressões nacionais.
Cinco dias depois, 4 de Maio, saiu publicado no jornal O Povo, órgão oficial da República Rio-grandense, notícia daquelas comemorações, incluindo a letra deste Hino Nacional.
É preciso atentar que os dois últimos versos da segunda estrofe saiu publicado com a seguinte grafia:

"Porque atrás fica o inferno
Que vos há de sepultar".

Lendo desta forma observamos um sentido errôneo. Pois parece que o desejo do autor era que o "inferno" (ou seja, o império) que ficara para trás haveria, por fim, de os matar e sepultar. Colocando um acento na palavra "vós", então, compreendemos a verdadeira e boa intenção do autor em celebrar que tal inferno, além de ficar para trás, será devidamente enterrado e esquecido pelos cidadãos da nova República, mais condizente com o restante da letra.
A letra hoje conhecida do hino do Rio Grande do Sul, foi composta por Francisco Pinto da Fontoura, o Chiquinho da Vovó, originalmente com esta feitura:

Como a aurora precursora
Do farol da divindade,
Foi o Vinte de Setembro
O precursor da liberdade

Mostremos valor constância
Nesta ímpia e injusta guerra;
Sirvam nossas façanhas
De modelo à toda terra.

Entre nós, reviva Atenas,
Para assombro dos tiranos.
Sejamos Gregos na glória,
E na virtude, Romanos.


Mostremos valor constância
Nesta ímpia e injusta guerra;
Sirvam nossas façanhas
De modelo à toda terra.

Mas não basta prá ser livre
Ser forte aguerrido e bravo
Povo que não tem virtude
Acaba por ser escravo.

Mostremos valor constância
Nesta ímpia e injusta guerra;
Sirvam nossas façanhas
De modelo à toda terra.

Como vemos, uma letra bem mais suave e condizente à nossa atual situação de "agregados" ao Brasil. A referência à "injustiça" da guerra é exemplar! A estrofe em negrito fora retirada do nosso hino, por decisão federal, durante o período do governo militar. Talvez não tenham gostado do sentido belicoso da "virtude romana"...

Ainda com relação ao nosso atual Hino, vale comentar a importância de sua primeira estrofe. Ela só foi poupada do "corte" da censura pelo entendimento tênue de que a revolta iniciada em Vinte de Setembro, tenha sido a "aurora precursora" da república brasileira, em Novembro de 1889. Uma aurora de 34 anos! Hehehe!

Mas nós, gaúchos de coração e espírito, sabemos: O Vinte de Setembro, uma revolta armada liderada por estancieiros descontentes, foi o início de um movimento que culminou com a Proclamação da República Rio-grandense, em 11/09/1836, nosso verdadeiro "farol da liberdade"!

Hoje apagado, sim, mas, cremos, temporariamente!
De qualquer forma, para aquele que acredita que nossa querida República Rio-grandense não morreu, mas sobrevive sob os escombros do atual "império" brasileiro, o Hino legítimo, e insubstituível, de nossa República ainda é aquele que diz:

Nobre povo rio-grandense,
Povo de heróis, povo bravo!
Conquistaste a independência
Nunca mais serás escravo.

15 agosto 2006

Amigos,

Vou deixar de transcrever os trechos mais importantes do trabalho de Claudia Pereira Dutra, por dois motivos principais: São muito repetitivos e enfadonhos (uma falsa cantilena de dar dó!); É uma “enrolação” danada, um palavreado técnico que, espreme tudo, e a conclusão é de que o ovo é cabeludo e o burro, chifrudo... Tudo isso só pra afirmar que consegue ver mais longe que nós, os “grosso fantasiado de gaúcho”.
Para resumir, se alguém quiser conferir o trabalho na íntegra, vai em http://www.paginadogaucho.com.br/tese/prenda.htm e engane-se com seus próprios olhos.
Da minha parte vou colocar aqui um resumo-do-resumo-do-resumo do que considero, como historiador-das-horas-vagas, a trajetória do tipo humano gaúcho e de sua cultura... Incluindo aí mulher, cusco, galpão, vanera e tudo o mais. Vou me abster também de transcrever citações, recomendar livros, rebuscar provas. Não que não as tenha, mas que certemente tornará este texto muuuito chato e difícil de ler...
Mas esclarecimentos e comprovações poderão surgir em outra oportunidade.

Mestiços
Bem, a história (com “h”) conhecida e comprovada pelos historiadores mais insuspeitos nos mostra um mestiço surgido nos pampas através de concubinato entre os espanhóis, em sua maioria vindos das ilhas Canárias (aliás, de onde veio a “havannera” – de Havana – nosso atual “vanerão”), e índias da região, em sua maioria Guaranis e Charruas. Estes mestiços eram rejeitados pelos pais, por motivos fáceis de compreender. E, por isso, cresciam e viviam soltos pelos pampas, mais ou menos selvagens, sem regras, sem leis, uma espécie de “índios nativos” próprios da terra... Já que os demais povos índios, com sua bagagem cultural própria, teriam vindo de outras paragens.

Sobrevivência
Estes mestiços primitivos eram verdadeiros “adãos” em seu “paraíso-pampa”... Mas o paraíso começou a mudar. Começou a aparecer gente diferente, gente branca, gente perigosa, com armas de fogo, e ares de senhores do universo. A aproximação se deu rapidamente. Por curiosidade, por desafio, por sobrevivência... Conhecendo o álcool e o fumo, produtos trazidos pelos brancos que os proporcionavam mais sentimento de liberdade. Conhecendo também artigos que os embelezavam e os diferenciavam dos outros, surgiu aí a vaidade, a inveja, a cobiça... Ora, eram elementos sem “senhores”, sem leis para obedecer, e sem preceitos espirituais... Eram, segundo nosso entendimento atual de cultuados por europeus, vagabundos, borrachos, ladrões, bocas-braba! Eram, enfim, gaudérios, conhecidos mais tarde por gaúchos.
Houve, portanto um primeiro contato difícil entre aquelas culturas tão diferentes, mas aos poucos uns daqui e outros dali foram cedendo e alguns gaudérios eram aceitos nas lides das primeiras estâncias, haja vista suas inegáveis qualidades para tratar com os animais, o absoluto conhecimento das terras, e controle nato das adversidades do habitat. Haviam os comerciantes que exploravam o comércio ilegal de gado vivo, abatido e seus produtos, pagando quantias irrisórias aos gaudérios, que davam apenas para manter seus hábitos e vícios.

Costumes nativos viram cultura
Mas não vamos nos aprofundar neste causo, pois não quero que a matéria fique muito extensa. É importante que se diga, apenas, que desta aproximação, e misturança de costumes e modos tão diversos, foi se formando, com o tempo, o que hoje nós conhecemos por “cultura gaúcha”... Ora, todos sabemos que faz parte da sopa que hoje é nossa cultura tradicional elementos índios, açorianos, militares, espanhóis, tropeiros, portugueses (se esqueci algum me perdoem!). Isso nos mostra que “gaúcho” não era mais aquele elemento solitário, perambulante, isolado no pampa, mas todos os que viviam nos pampas, até mesmo aqueles cujas famílias vieram da Europa, até mesmo aqueles que vieram em tropeadas, lá de Piracicaba (acho errado dizerem que eram “paulistas”, pois aqueles homens vindos de lá de cima não tinham ainda a vida e os modos que hoje conhecemos como dos paulistas).
Então, neste primeiro momento, já temos todo um povo desgarrado e espalhado pelos pagos, com origens diversas, imbuídos de uma mesma cultura, já que esta cultura gaúcha é a mais adequada à vivência no habitat pampeano. São, portanto, todos gaúchos!
Esta cultura se firmou, com o tempo, com a lide diária, tudo o que conhecemos hoje e mais algumas coisas que ainda não foram resgatadas pelos historiadores mais sérios...
A ameaça
Porém, haviam as cidades! Núcleos fechados e concentrados, onde corriam soltas as características mais européias. Eram poucos núcleos, mas gaúchos não entravam, ou entravam por necessidade, mas eram mal-quistos, vistos com desconfiança.
Estes povoados eram mantidos e reforçados por um esquema muito mais forte, um império! Sistema administrativo vindo da Europa! Ou seja, eram pequenos, mas tinha força, e foram crescendo, foram se multiplicando. Ao mesmo tempo que os “senhores de estância”, ou patrões, sentiam-se parte daquele mundo, embora nascidos sob o signo gaúcho. Buscavam assim aproximar-se e vivenciar aquela cultura tão antiga, vistosa, aparentemente tão superior.

Nasce o tradicionalismo
Foi a tal ponto o crescimento da cultura citadina, em contraste com a campeira, que esta foi sufocando, foi definhando, foi sumindo... Ora, a vida das cidades não pode ser combatida, pois é uma realidade irreversível, mas precisávamos, nós gaúchos dos tempos modernos, manter acesa a “chama espiritual” da nossa cultura tradicional. Era preciso salvá-la do naufrágio total, pois, como sabemos, povo sem memória é povo escravo...
Assim foram atirados os botes ao mar, e nos CTG’s, conseguimos manter nossa memória e nossos costumes de vida campeira, vivos e atuantes...
Isso é um milagre!
Quantos povos definharam e morreram definitivamente diante de uma cultura massacrante e impositiva, como a cultura citadina dos tempos modernos?

Bem, a memória é mantida através de símbolos! Isso em qualquer parte do mundo! E estes símbolos gaúchos são tirados de momentos e lugares próprios que bem caracterizam nossa cultura gaúcha...
Só isso, gente! Não há o que procurar aí! Não há o que esquadrinhar, buscar nas filigranas, ver se acha pêlo em ovo! Não adianta ler autores estrangeiros sobre o comportamento humano... Estes caras não nos conheceram, não tiveram a mínima noção que pudesse existir uma cultura chula no Rio Grande e nos pampas argentinos e uruguaios. Se nos tivessem conhecido talvez tivessem elaborado teorias diferentes das que imprimiram nos livros, quem sabe?

Leio ainda que a prenda foi inventada, que o seu vestido foi criado pela mãe do Paixão Côrtes... Quanta besteira!
Os vestidos e tudo o mais utilizado para construir o símbolo da prenda (ou da china, como queiram), não vingariam, não seriam usados, caso não encontrassem ressonância e simpatia em nossos corações gaúchos. As modas e os modos são aceitos ou rejeitados por nós, tradicionalistas, após consulta formal às nossas mais profundas consciências gaúchas, e ninguém, nem mesmo o tal MTG, vai me impor como me vestir e como agir para que eu expresse meus sentimentos tradicionais!
O MTG, e os CTG’s, fazem parte de uma organização útil e necessária para estabelecer e manter limites, indispensáveis em qualquer sociedade, em qualquer clube, em qualquer agremiação!
Vejamos o caso de São Paulo, por exemplo. Bem, eles também têm sua cultura original, também têm suas tradições. Mas eles não têm uma organização, nem locais onde desenvolver e estabelecer os relacionamentos culturais. Não há organismo que impunha limites, fora dos quais já não pertence mais à cultura regional, e o que aconteceu? Pois não é que tudo virou uma enorme festa de Country americano?

Fico triste pelos paulistas...

Agora vem um grupo de intelectuais, presos às suas bibliotecas e escritórios, me dizer, a mim e todos nós tradicionalistas de paixão e alma, que tudo não passa de invenção, de suprimento de uma necessidade técnica do ser humano, que o gaúcho foi criado pelo MTG, e a prenda criada depois pra ser sua companheira!

Ora, se é assim, eu tô passando por palhaço e ignorante, representando uma criatura falsa, inexistente, inventada por três moleques que estudavam no Julinho...

E aí, vamos ficar aí parados esperando estes “intelectos superiores” destruírem nossas mais caras tradições com a britadeiras de seus grossos livros técnicos? Não vamos protestar?

Bem, por hoje chega, que já tô nas pontas dos cascos...

Quero ver o que vocês, que me lêem, vão dizer!

Sds
O Separatista



Vocês não existem!

Sabiam?!

14 agosto 2006


PALA
Lúcia Maria de Barcelos Santos

Eu quero fazer um pala
Com os panos do firmamento
Pra agasalhar do relento
Na hora que a noite instala.

Eu quero a lua bordada,
os raios fazendo franjado...
Um pala com estrelas, ornado,
Pra aquecer na madrugada.


Quero este pala se abrindo
Pra te acolher em meus braços.
No pala, estrelas luzindo,
amanusiando cansaços,
sofrenando, reduzindo,
da vida, tirões e laçassos.

O pala vai abrigar
nossos humanos calores
e também vai ocultar
nossos segredos e amores.

E este pala bordado,
feito dos panos do céu,
será também nosso véu:
um manto quase sagrado.

E se um dia, por capricho,
do destino mui cruento,
nós ficarmos ao rlento
sem ter mais o nosso nicho,
sem ter teto, sem ter chão,
vamos pedir ao Patrão
la do céu a proteção.

Peçamos aos santos também
em fervorosa oração,
que nos prive de outro bem,
mas do nosso pala, não!

11 agosto 2006

Perguntinhas que estão me atormentando...

Se o gaúcho brasileiro foi "inventado" pelos gurís do Julinho, quem inventou o gaúcho correntino?
Mercedes Sosa? Atahualpa Yupanqui?

E o gaúcho uruguaio?
Fernando de O. Assunção? José Hernandes?

Enfim, não é muuuuita coincidência, em três países distintos inventarem o mesmo gaúcho, que vivia no mesmo pampa, e consumia seu tempo nas mesma camperiadas?


Quem tiver respostas convincentes favor clicar em "comment" logo aqui em baixo!





Por falar me José Hernandes, quem quizer ler Martim Fierro, é só clicar no endereço abaixo:
http://www.literatura.org/Fierro/









sds
O Separatista

10 agosto 2006

CHUMBO GROSSO!

Eu sabia que vinha “chumbo grosso” do Trabalho da nossa cara Claudia Pereira Dutra.
Vou transcrever aqui alguns trechos que concentram o entendimento dos cientistas sociais a respeito da nossa cultura gaúcha.

“É possível perceber nestas abordagens acima citadas, a ilusão de completude, de preenchimento das lacunas e a pretensão de reconstruir inteiramente o passado,...” (Claudia, 2002, p.24).

“Podemos afirmar que a cultura gaúcha é um sistema simbólico que avaliza estigmas e estereótipos, sustenta a invenção de tradições e a formação de grupos de interesses e solidariedade. É através do culto a valores éticos, morais e práticas sociais consideradas seletas e o estabelecimento de tradições que justifiquem e glorifiquem as características étnico-regionais da cultura que os gaúchos geram e mantém o sentido de sua identidade.” (Kaiser, 1999, p.31).

“Nesta análise da maneira como a figura do gaúcho foi sendo construída e reconstruída, no momento em que emergem os primeiros episódios considerados os marcos fundadores do Movimento Tradicionalista Gaúcho, considero o gaúcho enquanto uma figura que foi fabricada. Longe de representar continuidade de um tempo mais remoto ou um objeto cristalizado no passado, o gaúcho é produto de um conjunto de "práticas discursivas", que se cruzam com outras práticas para conferir autenticidade...” (Claudia, 2002, p.26)

"Considero que o Movimento Tradicionalista reelaborou o gaúcho, embasado numa idéia de continuidade do passado, que estaria lhe conferindo autenticidade e valor de verdade, ao mesmo tempo imprimindo lhe novos significados.” (Claudia, 2002, p.26)
(Grifos meus)

Bem, amigos, fica aqui à vossa apreciação o veredito dos cientistas sociais... (Dentre os que já li posso acrescentar os nomes de Tau Golim e Moacyr Flores).

Segundo o que está explícito aí em cima, o tradicionalismo foi uma invenção inconseqüente de uns “gurís” que estudavam no Julinho, em 1947. Esqueçam o gaúcho, o pingo, a estância, a campanha, as vaneras... esqueçam tudo, que tudo isso é conseqüência do que aqueles “moleques” nos aprontaram... Safados!

.....

Mas mesmo que ninguém me pergunte, vou dar a minha opinião (depois quero ler a sua):

O gaúcho, tal como o conhecemos hoje, é produto da ação do tempo sobre a história de nossa terra. Na sua origem era um tipo humano muito característico, que foi narrado em prosa e verso por estrangeiros que aqui estiveram naqueles tempos idos. (Para conhecer a origem do gaúcho é indispensável ler Darwin, José Hernandez e Saint Hilaire). Bem, depois foi se misturando, foi perdendo algumas qualidades, adquirindo outras, mas mantendo-se na essência.

O Rio Grande não é palco de uma única cultura, claro que não! E o “gaúcho”, entendido como o gentílico do habitante do Rio Grande, não se insere dentro de uma única cultura. Mas o “gaúcho-um”, aquele tipo humano dos tempos idos, que se desenvolveu e vive até hoje, transformou-se numa cultura que abrange e se sobrepõem a todas as demais...

Para provar aos céticos o que digo, basta olhar para alguma outra cultura que formou o “caldo cultural” do Rio Grande. Tomemos a cultura italiana da serra gaúcha, por exemplo: Ela existe, e seus habitantes a cultuam ainda, simbolicamente, como nós cultuamos a cultura gaúcha... Mas os mesmos descendentes de italianos também se consideram gaúchos, não só porque nasceram no Rio Grande, mas porque amam a tradição gaúcha, são gaúchos autênticos de alma e coração.
O mesmo acontece com os alemães, com os poloneses, com os açorianos, e todos os outros.

Desta forma o gaúcho deixou de ser um tipo físico característico, para se transformar, através da ação da história, num tipo metafísico que engloba todo o nosso território (extrapolando-o até: Oeste catarinense e paranaense).

Há, sim, ainda nos dias de hoje, aqueles gaúchos “pelo duro”, que vivem em estâncias, em fazendas, em campanhas, em fronteiras, distantes dos centros civilizados, que mantém no cotidiano de sua vida, as mais caras tradições culturais gaúchas... Estes não estão representando nada, estes são autênticos, são alvo de nossa admiração. Mas nós, na cidade civilizada, com os dois pés no século XXI, precisamos representar, utilizar os símbolos mais caros, sob forma de tradição, para satisfazer a ânsia de exercer nossa identidade... Deixar a cultura citadina de lado, e mergulhar prazerosamente no seio de nossa cultura-mãe, a cultura gaúcha... Foi exatamente o que os “guris” estudantes do Julinho fizeram! Eles foram apenas os pioneiros, e aí está o mérito deles!

E, sabem o que eu acho?
Acho que estes cientistas sociais não sentem prazer algum, a não ser em remexer as entranhas de um rato de laboratório. Eles não saem dos seus escritórios, de dentro de suas salas e nem da frente dos livros, e querem entender o mundo assim...

Só quem é “Gaúcho de Coração”, é que pode entender e falar sobre a cultura gaúcha.

E sabem do que mais?
Eles não existem! Eles foram inventados, construídos, elaborados por um pequeno grupo de cientistas loucos, no início do século XX, que criaram a ciência-social para preencher uma lacuna existente no meio científico...

Tenho dito!

O Separatista

P.S.: E eu ainda não terminei de ler...

09 agosto 2006



O Gaúcho, imagem criada e recriada pelos CTG's.

O gaúcho não existe, é apenas uma figura criada para preencher uma lacuna de equilíbrio e satisfação pessoal no habitante do Rio Grande... (Segundo os cientistas histórico-sociais deste mesmo Rio Grande!)
Deuses Imaginários

É assim... Parece que vai ser sempre assim...
Na sociologia, na filosofia, na psicologia e em todos os estudos acadêmicos abstratos, sempre se vê a mesma coisa: à medida que vão evoluindo, esquadrinhando cada vez mais fundo seu objeto de estudo, vão perdendo o sentido de conjunto, vão encontrando outro paradigma, outro sistema criativo e, por conseqüência, vão negando, com sorriso matreiro nos lábios, o que todo mundo percebe, o que a vida, e o povo que a vive, consagrou, como quem descobriu que a Terra é quadrada e que um mais um é três!

A Claudia Pereira Dutra, no seu trabalho acadêmico “A Prenda no Imaginário Tradicionalista” já parte de um pressuposto, no mínimo, duvidoso...

“Parto da hipótese que o discurso tradicionalista que cria e recria o gaúcho é também formador de uma determinada imagem de mulher representada pela prenda. Em outras palavras, na tecitura do discurso tradicionalista, inventa-se a prenda como uma figura que tem a tarefa de imprimir uma determinada imagem de mulher que passa a ser cultuada como parte da memória gaúcha.”

Quem nasceu primeiro: O Gaúcho, ou o tradicionalismo?
Não, não é como o ovo e a galinha. O tipo humano gaúcho é o resultado de um processo histórico-cultural que iniciou com a chegada dos Jesuítas no território hoje do Rio Grande.
Eu sei, e creio que todo o gaúcho tradicionalista sabe: A figura do gaúcho que nós representamos hoje nos CTG’s é apenas simbólica! É uma “reconstrução” da vida no campo, usando elementos tirados daquela vida e daquele momento histórico... Não precisa ser um acadêmico para se entender isso, basta perguntar a qualquer gaúcho pilchado.
Mas quem “cria” esta imagem não é o CTG, nem as regras do tradicionalismo. Nós, gaúchos do século XXI, apenas externamos o que nos vem impresso em nossa alma, como modelo ideal. É o prazer, a satisfação pessoal, o sentimento de unidade cultural, que me faz vestir como homem do pampa, como um personagem histórico... Vejam, está no meu gosto, não nas determinações do CTG!
Portanto, não é o CTG que cria e recria o gaúcho, senão exatamente o contrário: Os “gaúchos personagens”, com toda sua bagagem cultural, física, psíquica, ética, entronizados em nossa consciência nacional, é que criaram o CTG’s!

Mas a “moça” vai mais longe. Diz que meio a reboque, dentro dos discursos tradicionalistas, inventou-se a Prenda... Para que ela seja a “mulher do gaúcho”, se encaixando assim no fictício mundo do CTG’s.

Diz que em uma das suas gravações de pesquisa, um “deus” tradicionalista confessou: “É, tivemos que inventar a Prenda... Se não, como o gaúcho ia perpetuar a espécie?”

Creio que estes acadêmicos, (não só ela, mas todos estes psico-historiadores de plantão) imaginam o CTG como uma Oficina de Criação, onde se determina como é o paraíso, a figura do Adão e depois a criação da Eva para ser sua companheira.
Eles estão tão enfiados dentro de um microscópio, atentos aos movimentos das bactérias, que nem percebem que o CTG é apenas um “clube”, um local onde se encontram aqueles que amam as coisas do Rio Grande, a música, a vestimenta, a culinária, e se sentem felizes praticando e representando a nossa cultura... Só isso!

Agradeçamos que os CTG’s não “inventaram”, em vez do mítico gaúcho, a figura do mítico Minotauro aqui no Rio Grande!

Sds
O Separatista

08 agosto 2006

Amigos,

Estou lendo quase em tempo integral um trabalho acadêmico, pós-graduação em História da PUC, de Claudia Pereira Dutra: “A Prenda no Imaginário Tradicionalista”.
Pode ser encontrado na Página do Gaúcho, neste endereço http://www.paginadogaucho.com.br/tese/prenda.htm

É verdade que estou recém no primeiro capítulo, mas já dá para se ter uma idéia do “chumbo grosso” que vem pela frente.

Isso porque neste capítulo ela estabelece o entendimento acadêmico sobre o início do Movimento Tradicionalista e a origem do Gaúcho, quanto ser completo em seu lugar no universo...

Em resumo o pensamento técnico, defendida brilhantemente por ela, Moacyr Flores, Tau Golim, e outros grande nomes, diz o seguinte: O povo sentia falta de “algo” ou “alguém” para idolatrar, para ritualizar. Lá por 1947/48 um grupo de rapazes, estudantes do Julinho, tirou assim do nada, (da cartola, quem sabe) um ser mitológico, o gaúcho! A coisa pegou de uma tal forma que hoje este elemento “inventado” (É, “inventado” é a palavra usada pela Dr. Claudia!) é cultuado por quase 100 % do povo rio-grandense e, inclusive em outros países!

Gênios, estes rapazes, não?
E, quê trouxas, nós tradicionalistas, não?

Ora, os acadêmicos são frios demais para entender que “O Gaúcho” está aqui dentro de nós mesmos, em nossos sentimentos mais caros e profundos... Esta frieza me desgosta...

Bem, não terminei ainda de ler... Agora é que vai começar a falar sobre a Prenda! Tô curioso!

Outro dia, posto uma matéria mais completa a respeito.
Aguarde!!!

Sds
O Separatista

07 agosto 2006


Dizem que todo Blog, por mais literário que possa ser, deve ter alguma imagem. Esta é uma das imagens mais caras e mais importantes prá mim. Mostra o nome do meu país dentro do anel azul e na faixa inferior, o lema dos Farrapos: Liberdade, Igualdade e Humanidade.

04 agosto 2006

O BRASIL É INDISSOLÚVEL?

Jesus falava por parábolas.
Não à toa: São situações paralelas mais conhecidas, que podem nos fazer compreender melhor as situações desconhecidas.

Recorro a uma:
O casamento civil é uma instituição humana, milenar, comum a todos os povos contemporâneos. E existe desde que o homem pensou em se organizar para crescer...
No entanto este mesmo casamento, esta mesma instituição, pode ser desfeita, pode ser rompida...
Ora, quem casa consente em compartilhar uma vida a dois. É uma sociedade com dois membros. Se um está descontente, não consegue mais manter a sociedade casamento, SEPARA!

Sim, o famoso “pacto federativo brasileiro” (que, de passagem, nunca houve!), nos foi imposto à força, de cima para baixo. Mas mesmo que não fosse. Mesmo que o povo gaúcho fosse às urnas e decidisse em plebiscito fazer parte da Federação Brasileira à época da Proclamação da República. Mesmo assim não teria o direito de dizer: “Chega, não agüento mais a pesada carga de manter este pacto, quero meu divórcio, quero me separar”?!
Se até a uma sociedade tão antiga e tão comum a todos os povos permite-se separação, por que não o seria permitido à “Associação Brasileira”?
A Federação Brasileira é, por acaso, mais importante e forte que a Associação Matrimonial?

Muitos alegam o Art. 1° da Constituição Federal.
Pois bem. A CF é, nada mais nada menos, que um “Contrato”.
Um contrato não pode ser “revisto”? Não pode ser até “quebrado”?
Pois este Art. 1° diz que aquele pacto é indissolúvel...

Caramba, o quê, alguém me diga, constituído pelo homem sobre a face da terra, pode ser indissolúvel?
O ser humano têm capacidade para criar algo que seja, por sua determinação, INFINITO?
Portanto o Art. 1° é apenas uma peça decorativa na Constituição... É uma peça histórica... Sem fundamento lógico nos dias atuais...

O Art. 1° reflete uma tradição nas Constituições que vem desde a Idade Média, desde as Constituições dos Impérios... Acreditava-se, então, que o Imperador (ou Rei) fosse o escolhido por Deus para representá-lo na Terra perante os seus súditos. O Papa era seu conselheiro espiritual e ele, Imperador, o Diretor dos negócios divinos na Terra. Aí sim, naquela época de trevas e fogueiras, acreditava-se que o Imperador fosse capaz de determinar algo que fosse “indissolúvel”. Então ele usava de suas prerrogativas divinas para decretar “Para todo o sempre”, “Cumpra-se até o fim dos dias”, “Isto é indissolúvel, intocável e inquebrantável”...
Isso tudo dava um ar solene às determinações e ninguém ousava contestar!

Mas, pombas, estamos em outros tempos! Hoje sabemos a verdadeira dimensão do homem e da humanidade! Hoje entendemos que nós, como homens, só podemos criar coisas... "humanas" mesmo! Limitadas pelas nossas próprias limitações! Hoje é heresia pretender extrapolar nossos limites... Hoje não cabe mais decretarmos que algo é “indissolúvel”!

Nem o casamento o é!

E o Contrato Social assinado pelos representantes do povo na confecção da Constituição Brasileira pode, sim, como qualquer outro contrato, ser dissolvido, ser quebrado, ser desconstituído...
Se nos convém, é isso que devemos fazer!

Sds
O Separatista
O QUE É O SEPARATISMO?

Bem, para um post pretensamente separatista, precisamos começar justamente pela conceituação:

"De um modo geral as pessoas não se interessam por assuntos políticos, ou por que não são instruídas para isso desde a escola, ou porque os apelos diferenciados da mídia e do agitado mundo atual, as desestimula. No entanto quando os reflexos das atividades políticas as atingem, seja na carestia de vida, seja na falta de oportunidades de trabalho, seja na falta habitacional, etc., reclamam daqueles que por ela decidem, reclamam dos governantes, olham e vêem somente a imagem superficial dos “bodes expiatórios” de ocasião. A tendência do povo, no atual estágio de escolaridade e conhecimento, é quase sempre tomar uma medida superficial, paliativa, sem perceber o sistema básico gerador daquelas vicissitudes. Não basta não elegermos, numa próxima eleição, este ou aquele elemento que se considera mau representante, da mesma forma que não adianta matarmos uma ou outra formiga que está cortando nossa roseira. Precisamos ir mais fundo, procurar pelos métodos e os sistemas que favorecem o aparecimento e a criação de pessoas e atitudes que geram nossa insatisfação... e isso é “política”.

Com este sentido político reapresentamos, para esta geração, a proposta separatista que, aqui no Rio Grande, remonta a alguns anos antes da Guerra dos Farrapos. Tal proposta, reformada conforme nossas condições e entendimentos atuais, é a única que abre uma possibilidade real de revermos nossos conceitos e nossas idéias básicas sobre as organizações governativas que regem nossa vida social.

Em outras palavras. Ano após ano trocamos os governantes, os representantes na Assembléia, e ano após ano com eles nos decepcionamos. Que tal procurarmos mais fundo, dentro do sistema político-partidário, dentro do sistema administrativo e até do judiciário, o por quê desta situação sufocante? Que tal analisarmos, com conseqüência, as demais formas de governo, o parlamentarismo, o socialismo, a anarquia? Que tal termos esta chance, valiosa por natureza, de repensar as questões fundamentais de representatividade, de distribuição de poderes, ou mesmo de um sistema governativo todo próprio, único, e totalmente adaptado ao nosso povo gaúcho? Sim. Não temos necessariamente que copiar os sistemas, as Constituições de outros países (Estas, com certeza, foram feitas sob medida para eles!). Conforme Montesquieu "as leis devem ser de tal forma apropriadas ao povo para o qual hajam sido feitas que, só mesmo por mera casualidade as de uma nação podem convir a outra nação". Portanto não só podemos, como devemos, (e este é o nosso verdadeiro ideal), pensar, estudar, elaborar e redigir nossa própria Constituição, exclusiva e moldada ao nosso pensamento e cultura gaúchos.

O Separatismo nos abre tal perspectiva!

A sociedade gaúcha já está estabelecida a tempos, moldada sob o signo de nossa terra e nossa história. Temos nossa cultura, nossas tradições tão típicas e tão diferentes das demais no Brasil, só nos falta sermos conduzidos por um governo por nós constituído, por um ideal por nós elaborado, por uma Constituição que traduza nosso entendimento e nosso modo tão próprio de buscar os objetivos.

O separatismo nos mostra que, não só podemos, mas temos pleno direito de exercer nossa soberania.



Para começarmos a entender como isso tudo funciona, precisamos formalizar os conceitos, ou seja, dar um sentido próprio para palavras ou expressões que serão bastante utilizadas quando se fala neste assunto. É quase um “separatês”, procurando definir para não confundir.

Nós, o povo gaúcho, exercendo uma cultura própria, possuindo um ethos próprio, um padrão cultural, formamos uma nação, uma verdadeira etnia. Reivindicamos assim o direito internacional de Autodeterminação dos povos para constituirmos um Estado independente, um povo soberano, com governo próprio, que não é nada mais que a nossa própria pátria gaúcha.

Sendo assim o separatismo Gaúcho propugna pelo rompimento dos laços federativos do Rio Grande com o Brasil e a constituição de um Estado independente, ou a reconstituição do Estado independente criado pelos Farrapos com o nome de República Rio-Grandense. Seguindo o mesmo pensamento farrapo, o separatismo gaúcho atual também propugna pela autonomia irrestrita dos demais povos do Brasil, considerando a possibilidade de criar, com estes, uma Confederação Brasileira.

Para isso contamos com as determinações, pactos e convênios mediados pela ONU e assinados pelo Brasil, por princípios e doutrinas fundamentais do pensamento humano e com a vontade do povo gaúcho de ser livre. - Romualdo Negreiros"

Ela está no meu site
http://www.riograndelivre.net/separabertura1.htm
... no tópico "Princípios".

Sds
O Separatista

03 agosto 2006

Saudações.

Para bem começar qualquer trabalho livre na Internet é de bom tom que nos identifiquemos. Não há o que temer, não há o que esconder.

Nome: Romualdo Negreiros
Nascimento: 20 de Setembro de 1953 (52 anos), em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
Trabalho: Carris Porto-alegrense, como Motorista de ônibus há 13 anos.
Outras profissões: Já fui carteiro, taxista, técnico mecanográfico (máquinas de escrever), verdureiro, dono de bar e de trailer de cheeseburguer.

Este Blog vai ser um canal por onde vou poder colocar pensamentos críticas e comentários ocasionais sobre os assuntos que dominam meu interesse pessoal e de muita gente que pesquisa na Internet: Política, história, sociologia, e nacionalismo, tudo relativos ao Rio Grande do Sul.

Não assumo o compromisso de postar todos os dias, mas vou sim adicionar sempre que precise de reflexões, de comentários, de interação... Talves tudo isso me sirva de terapia ocupacional, não sei. A verdade é que preciso escrever, sempre tenho escrito nos papéis, agora sempre que precisar, escrevo no Blog... Aliás, talvez transcreva algo dos meus escritos aqui no O Separatista.

A quem interessar possa, vai o endereço do meu site:
http://www.riograndelivre.net

Grande abraço
O Separatista