Amigo, David.
Espero que nossas divergências ideológicas e diferenças de entendimento sobre estas questões abordadas não determine animosidade pessoal. Podemos ser amigos divergentes. (Hoje vou junto a amigos colorados, com a camisa do Grêmio, ao Gre-nal!).
Com certeza não leste as demais postagens no blog, e mais certo ainda, não acessaste o site indicado no cabeçalho (http://www.riograndelivre.net).
Neles, com um pouco de sorte, poderias ter encontrado o que vou te dizer agora:
Não há dúvidas que, dentro da esfera de decisões, localizada em Brasília, encontramos muito gaúchos. Embora estejam em flagrante minoria, e seus pleitos e reivindicações sejam, em regra, voto vencido.
Jamais foi minha intenção, e a de qualquer separatista consciente, culpar os políticos pela atual situação brasileira. Nem os nossos, nem os de outros Estados. Aliás, isto é prática contumaz dos brasileiros que vêem neste Continente, um país! Nunca de separatistas!
Nem mesmo estes grandes e conhecidos corruptos de colarinho branco são os responsáveis por este estado de coisas...
O verdadeiro vilão, vou te dizer quem é:
É O SISTEMA POLÍTICO-PARTIDÁRIO E ADMINISTRATIVO BRASILEIRO !
(Desculpe, o Caps Look é apenas para dar ênfase, não para “gritar”!).
Então, para que tu entendas melhor, vamos partir do começo:
- O Brasil é um país continental, criado por um império com cobiça de grandeza, que buscava anexar mais e mais terras ao Império Português, confundindo grandeza territorial com riqueza econômica.
- Um país deste tamanho só pode ser bem e justamente governado de duas formas. De forma absolutista, ou em forma de Federação.
- Não podemos esquecer que o Sistema Federativo foi criado para os EUA, por 13 colônias iniciais que tinham, então, praticamente um fato social homogêneo, ou seja, tinham sido colonizadas basicamente pelo mesmo colonizador, e não se mesclaram em grande escala pelo concubinato, como o ocorrido aqui no Brasil.
- Ainda não esqueçamos que um território ser colonizado por anglo-saxões é uma coisa, ser colonizado por Portugueses (inicialmente) é outra coisa bem diferente.
- Bem, enquanto foi um Império o Continente Brasílico ia bem, muito obrigado. As revoltas por liberdade eram sufocadas a ferro e fogo, os seguidores de novos sistemas europeus, como República e Federação, eram perseguidos, mortos, e esquecidos... E ainda assim, tudo corria bem. O Brasil crescia, era até respeitado lá fora!
- Claro que aqui dentro ninguém agüentava mais esta situação de escravo. O Império português era esfoleado pelos ingleses, e quem pagava a conta eram nossos antepassados (meu e teu).
- Então as revoltas eram tantas, que partiram para uma mudança radical: Proclamaram a República!... Só no papel. Tu, eu e qualquer pessoa de bom senso, sabe: Foi uma proclamação de mentirinha, só pra Inglês ver. Continuamos, sob novo formato, com o sistema imperialista.
- À medida que o mundo foi se modernizando, e adotando novas formas de administração, o Brasil foi se adaptando, sem jamais abandonar, no fundo, no fundo, o centralismo oriundo dos tempos do Império.
- Foi preciso, portanto, criar um sistema político tal, que parecesse democrático, liberal, e republicano, mas que no fundo continuasse contemplando a centralização de poder decisório, poder político e poder econômico...
- Desenvolveu-se este sistema político-partidário e administrativo que nos infelicita. A TODOS (Não só aos Gaúchos!)
- Ora, reformas não resolvem. Pois só os muito ingênuos podem acreditar que parlamentares e governos vão abrir mão de suas prerrogativas, de seus direitos adquiridos. Eles não vão implodir o sistema que os colocou lá e os “amamenta” tão graciosamente! Capicce!
- Deixa eu mostrar por outro ângulo: Se eu, ou tu, ou qualquer um de nós, sujeitos de boas intenções, pretendemos entrar para a política, com pensamentos elevados de servir ao próximo, etc, etc..., podemos entrar. Financiaremos nossas campanhas do próprio bolso e com algum talento obteremos a simpatia de amigos e parentes. Mas já na vida parlamentar, no primeiro degrau de uma promissora carreira que nós pretendemos trilhar, veremos que precisamos entender o funcionamento interno do sistema, para melhor nos adaptarmos. Precisaremos aprender a barganhar, a trocar favores, até mesmo a “conquistar” algum líder. Vamos aprender que só mesmo nos corrompendo, abrindo mão de algumas convicções, vamos conseguir obter algum espaço dentro do partido...
- E daí em diante, só vamos cada vez mais nos tornar “verdadeiros” políticos, que dizem o que o povo quer ouvir, mas que fazem o que é melhor para o partido, mesmo que uma coisa não coincida com a outra.
- Que tal! Já fazemos parte da “quadrilha”! O Sistema nos criou, e nos orientou a isso. Se nós aceitamos, vamos em frente, e com certeza lá estaremos bem de vida e nem ligando pros Cassetas e Planetas da vida. Se não aceitamos isso, e começamos a espernear... Bem, não somos um bom político (no entendimento deles, é claro!), e somos colocados de lado, somos voto vencido, somos esquecidos num canto, até definhar. Ou, o que é pior, nos aconselham a seguir a carreira acadêmica e deixar a política para os “políticos”. Hehehe!
- Bem, meu amigo, isso acontece a nível de Brasil, inclusive no Rio Grande. O sistema é perverso, e somos obrigados a legitimá-los no poder.
- Agora a questão principal: Por que tu achas que o sistema político do Brasil é este, e não outro mais produtivo e confiável?
- Por falta de homogeneidade cultural! Um povo com uma cultura específica, obtém uma personalidade própria e com ela saberá o rumo a tomar, que seja melhor para seu povo. Isso chama-se “Identidade Nacional”!
- Nunca um separatista afirmou que só o Rio Grande tem identidade nacional. Podemos ver num lance de olhos cinco ou seis povos culturalmente homogêneos, capazes de constituir uma verdadeira identidade nacional. Inclusive um deles, a identidade brasileira!
- Portanto os separatistas do Rio Grande não comportam a pecha de covardes, pois estendem seus ideais a todos os povos do Brasil, até mesmo ao povo Nordestino! Cada povo, com sua própria administração, tem mais chances de desenvolvimento do que um Brasil atual, administrado como uma grande empresa, que enriquece a cúpula as custas de seus milhões de trabalhadores-escravos.
- Separando (todos os povos do Brasil), destruiremos o sistema aqui estabelecido. E criaremos condições para que cada povo, com sua homogeneidade, tenha condições de construir sistemas políticos-administrativos mais voltados aos seus interesses...
Desculpe se não posso ser mais explícito. Mas este assunto é por demais complexo...
Aguardo tuas considerações,
Sds
O Separatista
08 novembro 2006
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Por um rio grande unido e forte, viva o povo sul-riograndense!
Postar um comentário