31 julho 2007

Carta Aberta ao Povo Gaúcho

Na busca de soluções aos problemas conjunturais e sociais que assolam historicamente o território do Rio Grande e o povo gaúcho; Na busca da felicidade, da paz e do desenvolvimento da nação gaúcha; Na busca de condições propícias ao estabelecimento de um regime administrativo governamental ótimo e exclusivo, melhor condizente com o atual estágio político e cultural do povo gaúcho e, finalmente, na busca de justiça social e de justa distribuição da riqueza produzida pelo povo...

...O MRR – Movimento pró República Rio-Grandense, representando o pensamento conjunto de seus membros, vem apresentar publicamente a este mesmo povo gaúcho, às instituições brasileiras, aos órgãos de Direito Internacional, aos governos de nações democráticas e a quem mais possa interessar, os motivos de nossa luta e como procederemos para concretizar este ideal, traduzidos nos seguintes tópicos:

- Segundo a História nossa pátria, República Rio-Grandense, cuja independência fora proclamada e reconhecida (caracterizando-se assim a formação de um país!), ao término desta Revolução fora anexada pelo território Brasileiro sem que o Povo Gaúcho, então real detentor do poder de decisão, fosse consultado.

- O povo gaúcho estabelecido no Rio Grande reúne, hoje, todos os quesitos necessários para ser qualificado como um "grupo étnico". Como tal, somando-se o processo natural de consciência regional em resposta sociológica à falta de unidade nacional brasileira, adquire facilmente o status de “povo-nação”.

- O MRR – Movimento pró República Rio-Grandense busca, amparado pelo Direito Internacional, respeitando suas convenções e a deliberações dos Órgãos que os compõem, lutar democraticamente pela REALIZAÇÃO DE UM PLEBISCITO que consulte o povo do atual Estado do Rio Grande do Sul, interpelando se é seu desejo sincero permanecer atrelado à Federação Brasileira ou se é sua vontade concretizar a independência da nossa pátria Rio-Grandense, hoje sob domínio estrangeiro.

Como meio para alcançar este objetivo o MRR – Movimento pró República Rio-Grandense assume os seguintes compromissos com o povo gaúcho, com as instituições brasileiras, com os órgãos de Direito Internacional e com os governos de nações democráticas:

1º – Recusar qualquer possibilidade de luta armada;

2º – Acatar as determinações das Nações Unidas, que no nosso entender é o único órgão com autoridade representativa para gerenciar assuntos desta ordem;

3º – Respeitar a total liberdade de crença, expressão cultural e étnica desde que estas não venham conflitar com os “DIREITOS FUNDAMENTAIS DO HOMEM”;

4º – Garantir a todo membro do MRR - Movimento pró República Rio-Grandense total liberdade de associação, garantida em seu estatuto;

5º – Repudiar qualquer ação criminosa de qualquer natureza, não compactuando com ações terroristas, racistas e principalmente que atentem contra a livre manifestação do pensamento e não utilizar quaisquer outros meios que não os lícitos na busca do esclarecimento popular e do entendimento claro da problemática separatista.

6º – O MRR – Movimento pró República Rio-Grandense também se compromete com seus membros, com o POVO gaúcho, com os brasileiros e com os demais povos do mundo a lutar para libertar nossa NAÇÃO da opressão estrangeira, buscando balizar suas ações nos moldes diplomáticos e legais impostos pelos valores da LIBERDADE – IGUALDADE E HUMANIDADE. Lutaremos, assim, pela formação de nossa PÁTRIA e das demais que, em iguais condições, preceituem os valores por nós defendidos.

Você, que é libertário convicto, venha juntar forças e ombrear com dezenas de compatriotas conscientes na luta de frente do movimento; Você, que é idealista, venha buscar junto ao movimento subsídios que fortalecerão suas convicções; Você, que está na dúvida, venha encontrar esclarecimento e respostas; Até mesmo você, que é contrário, venha democraticamente debater, quiçá reconsiderar suas posições, em contato franco e honesto com nossos motivos e propostas.

MRR - Movimento pró República Rio-grandense
Endereço para correspondência: Cx Postal 1601 – 90001-170 – Porto Alegre - RS
Fones: 81744724 (Régis Dias), 9317-1819 (Romualdo Negreiros); 8431-4463 (Rodrigo Lima)
Email: roroners@gmail.com – rdias@pop.com.br - rodrs2@hotmail.com
Site: www.riograndelivre.net
Blog: http://separatista.blogspot.com
Orkut: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=29857622

Sob os auspícios de Bento Gonçalves da Silva, nosso patrono Antônio de Souza Netto, Giuseppe Garibaldi, George Washington, Benjamim Franklin, John Hancock, Paul Revere e todos os demais nacionalistas que deram suas vidas em prol da liberdade de sua terra, na formação de suas Pátrias e na Libertação de seus Povos, assim subscrevemos.


LIBERDADE – IGUALDADE – HUMANIDADE


Atenciosamente,
Presidente e Membros do MRR

17 junho 2007

O Separatismo no Rio Grande

Conforme Montesquieu "as leis devem ser de tal forma apropriadas ao povo para o qual hajam sido feitas que, só mesmo por mera casualidade as de uma nação podem convir a outra nação". Portanto não só podemos, como devemos, (e este é o nosso verdadeiro ideal), pensar, estudar, elaborar e redigir nossa própria Constituição, exclusiva e moldada ao nosso pensamento e cultura gaúchos.

O Separatismo nos abre tal perspectiva!

A sociedade gaúcha já está estabelecida a tempos, moldada sob o signo de nossa terra e nossa história. Temos nossa cultura, nossas tradições tão típicas e tão diferentes das demais no Brasil, só nos falta sermos conduzidos por um governo por nós constituído, por um ideal por nós elaborado, por uma Constituição que traduza nosso entendimento e nosso modo tão próprio de buscar os objetivos.

O separatismo nos mostra que, não só podemos, mas temos pleno direito de exercer nossa soberania.

Para começarmos a entender como isso tudo funciona, precisamos formalizar os conceitos, ou seja, dar um sentido próprio para palavras ou expressões que serão bastante utilizadas quando se fala neste assunto. É quase um “separatês”, procurando definir para não confundir.
Nós, o povo gaúcho, exercendo uma cultura própria, possuindo um ethos próprio, um padrão cultural, formamos uma nação, uma verdadeira etnia. Reivindicamos assim o direito internacional de Autodeterminação dos povos para constituirmos um Estado independente, um povo soberano, com governo próprio, que não é nada mais que a nossa própria pátria gaúcha.

Sendo assim o separatismo Gaúcho propugna pelo rompimento dos laços federativos do Rio Grande com o Brasil e a constituição de um Estado independente, ou a reconstituição do Estado independente criado pelos Farrapos com o nome de República Rio-Grandense. Seguindo o mesmo pensamento farrapo, o separatismo gaúcho atual também propugna pela autonomia irrestrita dos demais povos do Brasil, considerando a possibilidade de criar, com estes, uma Confederação Brasileira.

Para isso contamos com as determinações, pactos e convênios mediados pela ONU e assinados pelo Brasil, por princípios e doutrinas fundamentais do pensamento humano e com a vontade do povo gaúcho de ser livre.

Sds
O Separatista

01 maio 2007

Traveling to Rio Grande do Sul, Brazil

Excelente institucional do Rio Grande. É de deixar qualquer amante desta terra emocionado.

12 abril 2007

Apoio Incondicional !

"Vamos nos separar do Sul"
Marcelo Pessoa*

Quem assiste regularmente o programa do Silvio Santos no SBT vê palhaços, malucos engolindo espadas e fogo e esquizofrênicos saltando de um lado parao outro do palco. Os telespectadores se deliciam, jurados - metidos a reis romanos - dão um dinheirinho ao pateta e o apresentador do programa se sente o senhor do mundo, pois detêm o poder de proporcionar graça com desgraça.
O que esses "artistas" do Silvio Santos tem em comum?
São todos nordestinos ou representantes do "povo menor", como temos sido batizados nas ultimas décadas. Pouca gente se incomoda com isso. Afinal, o nordeste é tão rejeitado pelos brasileiros de "nível" que só um ou outro se recorda do Estado onde nasceu um nordestino amigo seu.
Todo Pernambucano é baiano apesar dos 839 quilometros que separam Salvador do Recife. E até um paraense, que é do Norte, vira paraibano, numa afronta a seus valores regionais. Ai de nós, nordestinos, se chamarmos um fluminense de paulista ou vice-versa. Quando o presidente americano Ronald Reagan esteve no Brasil e chamou os brasileirosde bolivianos foi um escândalo. A imprensa abriu páginas e páginas ao assunto, e o patriota irritou-se. Com os nordestinos não há problemas. Somos todos iguais na cabeça dos sulistas. Quem conhece a fundo o Nordeste sabe que a região não é pobre porque quer. Ou que boa parte de seu povo não é ignorante por opção.
O aguerrido nordestino, que suporta a desgraça com dignidade, vive em estado de penúria porque a área desenvolvida do Brasil, ao sul da Bahia, assim determinou.
Pior do que isso, sabe que o Palácio do Planalto, que deveria zelar pelo bem estar de seu povo, não planeja um programa eficiente para fazer o Nordeste avançar e nem combater a fome porque isso faria o nordestino pensar.
Pensando, cedo ou tarde esse nordestino perceberia que, mais do que mão-de-obra barata para o sul e macaco nos programas de auditório, ele é um eleitor, um contribuinte.
E imaginar que essa condição patética a que somos presos continua a ocorrer numa gestão em que o presidente da República também é um cabeça-chata, um amante da carne-de-sol e da água-de-coco. Se não podemos deixar de ser um vagão vazio puxado pela locomotiva "sul", porque não tentamos, sem ajuda dos que nos oprimem, montar nossa própria República?
O Brasil poderia deixar de ser uma Federação com 23 Estados para ter apenas quatorze. Nove das atuais unidades federativas, juntamente as que formam o nordeste brasileiro, passariam a constituir um novo país: a República Federativa do Nordeste.
Trata-se de um racha que já existe "defato" há séculos e que poderia concretizar-se de modo legal. Através dele, o país teria duas nações, cada qual com suas crenças e hábitos. Tenho tanta convicção nessa teoria que, se fosse posta nas ruas dos nove Estados nordestinos em forma de plebiscito do tipo sim ou não, a bandeira da separação sairia vitoriosa com larga margem de votos.
Infelizmente, o nordeste nunca foi mais do que um consumidor dos excedentes da produção sulista, algo que nos reduz a bizarra condição de colônia dentro das fronteiras brasileiras.
A situação é tão humilhante que vivemos sob a pecha de mendigos. O governo dá esmola aos pobres irmãos do Nordeste, e, por um mecanismo político sofisticado, esse dinheiro se transforma em mansões e retorna para os próprios doadores, num passe de mágica que Silvio Santos adoraria apresentar no seu programa. Os bobos aqui ficam a ver navios.
O sul, por sua vez, nos dá esmola quando abre suas fronteiras para receber o nordestino que ajudou a construir cidades inteiras: o salário que nos paga é um absurdo - coisa do tempo da escravidão. Chega de viver com o chapéu na mão!
A relação entre os Estados está tão desalinhada que não há forma suficiente para uni-los que não passe pela separação. Os nordestinos não agüentam mais o abuso e mais dia menos dia pegam nas peixeiras para declarar independência. Afinal, eles estão perdendo o seu maior dom, já não tem o sentimento de natividade e o amor pela terra desapareceu. Por tudo isso, entendo que a saída é a independência decretada com autonomia política, econômica e social para nossa região.
A economia do Nordeste, tenho certeza, não enfrentaria muitos contratempos: temos frutas, peixes, minérios, uma industria agropecuária que pode crescer bastante e homens dispostos a trabalhar, como dizia Graciliano Ramos. A indústria canavieira seria obrigada a modernizar-se porque perderia seu maior tutor - o Proálcool. Os usineiros não poderiam mais mamar no governo e sacrificar o povo. A cisão forçaria, então, um desenvolvimento rápido, atingido pela busca de soluções imediatas. A decisão de separar o país, contudo, é pacífica. Não queremos guerra. Queremos um acordo em que os dois brasis seriam parceiros econômicos constantes. Nosso turismo, por exemplo, ganharia uma forca tremenda. O capital estrangeiro poderia nos ajudar a desenvolver uma infra-estrutura hoteleira decente.
A proposta não tem cheiro comunista. Não vamos ver o Nordeste virar Cuba. Queremos apenas sossego para gerir nossos próprios destinos. O nordeste quer isso desde o século XVII, quando os pernambucanos se uniram aos maranhenses para expulsar os franceses do Maranhão, terra de Sarney. Em 1824, a Confederação do Equador pregava um movimento separatista. Infelizmente, o desfecho foi a execução de seus lideres, entre eles Frei Caneca. A idéia continua de pé. Se alguém dúvida que somos cérebros pensantes, que nos deixe em paz. Os cabeças-chatas estão cansados de sofrer.

*Marcelo Pessoa é vereador sem partido em Recife.

02 abril 2007

Por quê?!... Por quê?!...

Um dos momentos mais marcantes da reunião do MSP em Porto Alegre passou-se quando o Secretário Celso Deucher (que, reconhece-se, é um excelente orador) questionou-nos quanto à apatia generalizada dos gaúchos frente a um MSP-SC e MSP-PR tão mais fortes... Por quê os gaúchos, que considera-se o estado com maiores condições de obter a independência, com um passado de lutas separatistas tão marcantes, hoje anda tão acovardado, recluso, irritantemente passivo?

Este questionamento forte e vibrante mecheu com os brios de alguns visitantes presentes, que apenas observavam, criando um clima de confronto e mal estar.

Entendo a decepção e a indgnação do companheiro Celso, e vou respondê-lo aqui, e na lista msp, porque no momento não me foi possível tomar a palavra.

Os integrantes do msp têm uma visão global de um país composto pelo território dos três atuais estados do Sul do Brasil. Vêem a predominância de gaúchos neste território e consideram a questão cultural resolvida e em segundo plano,porque em primeiro está o econômico, o produtivo!
Quem está em Santa Catarina e Paraná vê isso claramente sem muito esforço...

Mas o Gaúcho tem outra visão de mundo! Eis a diferença!
O tipo humano culturalmente Gaúcho, vê o Rio Grande como a sua pátria! Simplesmente isso!

Em primeiro lugar, em seu coração está o Rio Grande, tal e qual conhecemos hoje. Os demais estados, embora importantes e irmãos, não ocupam o mesmo espaço, ficam em segundo plano, são "os outros"...

Se considerarmos pelo lado econômico, claro que é mais interessente obtermos um Sul Livre!
Mas o Gaúcho não coloca a questão econômica acima da cultural...

Termos o nosso Rio Grande independente, tal qual o sonho idealizado dos nossos antepassados Farrapos, é tudo o que queremos!
Se nossos irmãos catarinenses e paranaenses quizerem também sua independência, ótimo! Contem conosco!
Conquistaremos juntos a independência dos três estados, mas um independente do outro, nunca fundidos num só país!

O país "Sul", é uma invenção nova, e o gaúcho, no geral, não simpatiza com ela. Porque o gaúcho já tem sua pátria encravada em seu coração, e sua pátria é o Rio Grande! Apenas e tão somente o Rio Grande, e mais nenhum anexo!

Tanto é verdade que, quando os lagunenses, ajudados pelos Farrapos, conquistaram sua independência, não anexaram seu território ao Rio Grande (como era de se esperar), mas sim, significativamente, proclamaram uma outra República, independente da República Rio-Grandense!
Com os lageanos deu-se o mesmo!

O Gaúcho, portanto, plasmou-se dentro de limites territoriais! Mesmo que existam gaúchos em Sta Catarina, Paraná e espalhados pelo resto do Brasil, ainda a sua pátria, a sua querência, é o Rio Grande... Isso está inserido dentro da própria cultura gaúcha... E isso o msp não consegue ver!

O Gaúcho, sem o Rio Grande, perde sua identidade... Vira "sulista", um elemento híbrido, sem passado, sem cultura definida...

Não é isso que queremos...

Por isso, indignado amigo Celso, o msp pode até ter um núcleo em cada cidade do Rio Grande, pode até obter um certo desenvolvimento aqui, mas não ganhará a simpatia do povo em geral, não o suficiente para aprovar a criação deste "novo país".

No coração do gaúcho já existe um país, uma pátria... E ela é, e há de ser sempre, o nosso amado Rio Grande, com o seu antigo e verdadeiro nome "República Rio-grandense".

Aos companheiros do Gelirg reafirmo: Dentro do nosso grupo ainda temos liberdade de ação. Podemos tranquilamente militar nos dois movimentos, lutar pelo engrandecimento e desenvolvimento dos dois.
Mas não podemos perder de vista nossa vocação natural de conservação e manutenção dos ideais históricos de nosso glorioso passado, o ideal Farrapo de libertar o Rio Grande (e apenas o Rio Grande) das garras imperialistas do Brasil...

VIVA A REPÚBLICA RIO-GRANDENSE ! ! !

O Separatista

31 março 2007

O Ministro Jobim e a Federação brasileira

Excelente iniciativa do companheiro Maico Bernhard em inserir um arquivo no Grupo Gelirg, de extrema importância e interesse do Grupo.
Não sou familiarizado com os termos jurídicos ali apresentados, mas lendo com uma certa dose de paciência, encontrei uma jóia realmente rara: O voto do Sr. Ministro Nelson Jobim!

Ele trás uma interpretação realmente clara e intocável do que entendemos, relativamente ao Art. 1° da CF e à construção imposta da República unitária federativa brasileira, uma "fachada" para gringo ver, também conhecida como "República das Bananas"!

Vale à pena dedicar uns minutinhos à leitura de um trecho desta pérola...
Em http://br.groups.yahoo.com/group/gelirg/files/ você a encontra na íntegra, em .pdf

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"O Sr. Ministro Nelson Jobim - Sr. Presidente, peço licença ao Sr. Ministro Sepúlveda Pertence para fazer uma pequena observação, pelo menos naquela sua parte introdutória brilhante em relação à Federação.
Efetivamente, é bom lembrar, sob o aspecto histórico, as razões pelas quais se transformou, no Brasil, a federação em cláusula pétrea.
Lembro-me de que, há alguns anos, escrevi ou disse sobre a discussão travada na Constituição de 1988 sobre o desenho da federação brasileira.
Dizia eu: Nas discussões da Constituinte de 1891, foram constantes as disputas entre os federalistas neoconversos e os federalistas históricos. A questão primordial se concentrava na predominância do Estado, dos estados federados sobre a União ou da União sobre os Estados. De um lado, o Apostolado Positivista do Brasil, por suas próprias palavras, querendo "instituir uma digna autonomia local, de modo a assegurar a concórdia das pátrias americanas de origem portuguesa" - esta é a linguagem utilizada por Miguel Lemos em frase sua -, enquanto não fosse possível transformar o laço político em união religiosa, preparando, ao mesmo tempo, cada estado da federação brasileira, para essa existência futura de completa independência política. O apostolado falava, repito, em concórdia das pátrias americanas de origem portuguesa. Era o máximo da ousadia federativa. Queria o apostolado, grifo, pois vinte pátrias do Brasil lhe propunha emenda ao art. 1°, substituindo a união perpétua e indissolúvel das antigas províncias - linguagem da Constituição de 91 - por uma união livre dessas mesmas províncias, de modo a ficar-lhes garantida para o futuro a independência e a separação. A isso se opôs Rui Barbosa. Disse o baiano: Nesse senhorio, que aspiração descentralizadora assumiu, agora, com os ânimos entre nós, começa a se revelar uma super-excitação mórbida que nos turva a lucidez e o senso político, grassa por aí, senhores, um apetite desordenado e doentio de federalismo, cuja extensão sem corretivos seria a perversão e a ruína da reforma federal. E continua o grande brasileiro: Já os federalistas antigos - e aqui se referia ao grupo liderado por Júlio de Castilhos - se vêem desbancados e corridos pelo fanatismo dos conversos. Federação tornou-se moda, entusiasmo, cegueira, palavra mágica, a cuja simples invocação tudo há de ceder, ainda que invoquem mal, fora de propósito e em prejuízo da federação mesma.
Reproduzia-se - dizia eu - naquela época, no Brasil, o debate que deu nitidez, nos Estados Unidos da América, aos Partidos Federalista e Republicano. De um lado os federalistas de Adams e Hamilton, sustentando a primazia da União e, de outro lado, os republicanos de Jefferson e Madson, defendendo a predominância das ex-colônias. Era o mesmo dissenso na Argentina entre Unitários e Federados. Era Don Juan Manuel de Rosas, de um lado, e o General Lavalle, de outro.
Sr. Presidente, tudo isso mostra que a cláusula pétrea, que foi posta na Constituição de 1891, era exatamente para preservar e afastar qualquer possibilidade da confederação, pretendida pelo apostolado. Essa foi a razão pela qual se petrificou a federação, no Brasil, porque havia um pendor, por parte, principalmente, da representação dos positivistas cariocas, de levar à cisão "às pátrias brasileiras de origem portuguesa". Queriam fazer o inverso dos Estados Unidos da América. O Ministro Sepúlveda Pertence deixou muito claro que a federação não é uma entidade abstrata: é algo plasmado num determinado momento histórico.
O Ministro Moreira Alves chamou a atenção para uma linguagem muito curiosa que é a de se usar, no Brasil, uma expressão que é tipicamente americana: o pacto federativo. Não houve pacto federativo entre Estados independentes que criaram a União; pelo contrário, houve uma concessão do Estado unitário. Aliás, também não houve uma concessão propriamente dita, houve um estratagema do partido republicano. A república nasceu de um golpe de estado, e o partido republicano tinha que destruir a memória do Império. O império era o estado unitário, a República precisava ser federalista. Criou-se a federação para dar força aos chamados presidentes dos estados para que se conseguisse transitar do Império à República."


* O grifo é nosso.
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Ufa!
Ainda bem que foi o Ministro Jobim que disse isso....
Se fosse eu (e é o que eu penso), ninguém ia dar bola, hehehehehe!

Só para complementar: Como o Império era um Estado unitário, os Neo-republicanos precisaram criar uma república unitária disfarçada de federalista... Que está enganando muito "trouxa" metido a inteligente, até hoje!

Mas não a mim!

Sds
O Separatista

29 março 2007

Reunião do Gelirg

A reunião do Gelirg (Grupo de Estudos Liberdade para o Rio Grande) no dia 25 de Março de 2007, foi excelente, surpreendente, produtiva!

Pelas características excêntricas do grupo já não esperávamos um comparecimento maciço.
Mas quem foi, foi convicto, foi com disposição, foi com ganas de mudar, de fazer algo por este pobre país escravizado e vampirizado pelo monstro Brasil.

Tivemos a grata surpresa de receber um ilustre precursor do separatismo contemporâneo no Rio Grande, o Dr. Edgar Granata.
Com sua sabedoria de homem experiente e culto, Dr. Granata nos admoestou longamente sobre os perigos de estarmos sendo discretamente vigiados pelos poderes constituídos, orientando para que sejamos autênticos, claros, transparentes, pois assim, e só assim, não daremos motivos para que nos persigam, além de angariar adeptos e a simpatia do povo em geral.

De fato, não é outra nossa intenção, e nos congratulamos pela sincronia de pensamento.

Numa digressão benéfica e alentadora para os jovens componentes do MRR presentes, Dr. Granata lembrou os áureos tempos da fundação do PRF – Partido da República Farroupilha, o pioneiro do separatismo contemporâneo no Rio Grande, datando sua fundação do ano de 1990, onde despontaram nomes que podem e devem ser lembrados e reverenciados por nós hoje, como o do Dr. Sérgio Oliveira, advogado, sindicalista, autor do livro Independência do Sul, um clássico do separatismo sul-brasileiro; o Dr. Estrela, um advogado de renome com escritório na rua dos Andradas; um tipo folclórico, mas carregado de sabedoria e bom senso chamado Domingão; e ele próprio, Dr. Granata, depois dissidente do grupo.
Tínhamos então um grupo seleto de alto nível: Telmo Tartarotti colocava vinhetas e pregava o separatismo ao microfone em sua Rádio Liberdade; Bernardino Vendrúscolo, dono de uma prestadora de serviços, hoje seleto edil de Porto Alegre; Contávamos com Leonardo Grabois, professor universitário, mente brilhante e excelente retórica; o historiador Rubens Vidal, autor de inúmeros livros de história, notadamente da era Vargas, já falecido, e muitos outros que nem o tempo nem o espaço nos permitem citar, mas nem por isso de menor importância...

Imprimindo maior objetividade ao debate, derivamos para a busca de meios de ampliação do nosso quadro de membros, preferencialmente em Porto Alegre, onde poderemos realizar reuniões de corpo presente.
Sugestão aceita unanimemente de nosso companheiro Guilherme Seger para criarmos uma comunidade no Orkut com o nome do movimento, não só para reunir pessoal da região metropolitana, como para marcarmos as reuniões. Concordaram também os demais em trabalhar no sistema boca-a-boca, descobrindo tendências e convidando a participar.

Com o tempo poderemos conduzir os mais atuantes para nossos quadros do Gelirg.
Sugestão que ficou ao seu próprio cargo realizar... Manda ver, Guilherme!

Jean, companheiro de Campo Bom, sugeriu criássemos uma ficha cadastral onde constassem endereços e telefones para contato de nossos membros, facilitando as convocações, e o controle numérico do grupo. Já o Elias Granata, filho do nosso prezado advogado, sugeriu, circunspecto como o pai, procurássemos contato com os antigos membros do PRF e outros separatistas dos anos 90, na tentativa de mesclar a experiência, objetividade e cautela, com o vigor e o ímpeto da juventude já presente e a conquistada pelo Orkut.

Concordamos em participar passivamente da Assembléia do msp marcada para o dia 31 de Março, próximo Sábado. Quem tem camisetas do MRR pode comparecer com ela. Quem não tem, mas gostaria de estar uniformizado, pode pegar uma comigo, no local.
Faremos assim, também, além de prestar nosso apoio à Assembléia msp, uma re-união de contingente mostrando ordem e organização.

Congratulamo-nos todos com o sucesso de nossa pequena reunião, confiantes de que depende de nossos próximos passos a concretização do Ideal Farroupilha em nossos dias.


Quero deixar claro que estas posições não serão plenamente aceitas e sacramentadas se não houver os “De acôrdos” dos demais componentes do grupo Gelirg que não puderam estar presentes, pelo quê estamos aguardando em breve suas manifestações (favoráveis ou contrárias).

Próximas reuniões comunicarei aqui.

Sds
O Separatista

19 março 2007

Orgulho Brasileiro

Amigos,
Quem me conhece sabe que sou separatista gaúcho declarado e destemido, mas que não sou fanatizado.
Para que não digam que este blog é totalmente “capenga”, que pende só para um lado, que é alheio às versões adversas ao separatismo, publico aqui uma propaganda nacionalista brasileira.
Tenho minhas opiniões a respeito do que nela está escrito, mas gostaria que os amigos que me lêem teçam seus comentários sem a minha influência.
Fiquem à vontade.

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Os dados são da Antropos Consulting:
1. O Brasil é o país que tem tido maior sucesso no combate à AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis, e vem sendo exemplo mundial.
2. O Brasil é o único país do hemisfério sul que está participando do Projeto Genoma.
3. Numa pesquisa envolvendo 50 cidades de diversos países, a cidade do Rio de Janeiro foi considerada a mais solidária.
4. Nas eleições de 2000, o sistema do Tribunal Eleitoral (TRE) estava informatizado em todas as regiões do Brasil, com resultados em menos de 24 horas depois do início das apurações. O modelo chamou a atenção de uma das maiores potências mundiais: os Estados Unidos, onde a apuração dos votos teve que ser refeita várias vezes, atrasando o resultado e colocando em xeque a credibilidade do processo.
5. Mesmo sendo um país em desenvolvimento, os internautas brasileiros representam uma fatia de 40% do mercado na América Latina.
6. No Brasil, há 14 fábricas de veículos instaladas e outras 4 se instalando, enquanto alguns países vizinhos não possuem nenhuma.
7. Das crianças e adolescentes entre 7 a 14 anos, 97,3% estão estudando.
8. O mercado de telefones celulares do Brasil é o segundo do mundo, com 650mil novas habilitações a cada mês
9. Na telefonia fixa, o país ocupa a quinta posição em número de linhas instaladas.
10. Das empresas brasileiras, 6.890 possuem certificado de qualidade ISO 9000, maior número entre os países em desenvolvimento. No México, são apenas 300 empresas e 265 na Argentina.
11. O Brasil é o segundo maior mercado de jatos e helicópteros executivos.
12. Por que não se orgulhar em dizer que o mercado editorial de livros é maior do que o da Itália, com mais de 50 mil títulos novos a cada ano?
13. Que o Brasil tem o mais moderno sistema bancário do planeta?
14. Que as agências de publicidade ganham os melhores e maiores prêmios mundiais?
15. Por que não se fala que o Brasil é o país mais empreendedor do mundo e que mais de 70% dos brasileiros, pobres e ricos, dedicam considerável parte de seu tempo em trabalhos voluntários?
16. Por que não dizer que o Brasil é hoje a terceira maior democracia do mundo?
17. Que apesar de todas as mazelas, o Congresso está punindo seus próprios membros, o que raramente ocorre em outros países ditos civilizados?
18. Por que não lembrar que o povo brasileiro é um povo hospitaleiro, que se esforça para falar a língua dos turistas, gesticula e não mede esforços para atendê-los bem?
19. Por que não se orgulhar de ser um povo que faz piada da própria desgraça e que enfrenta os desgostos sambando. É! O Brasil é um país abençoado de fato.
20. Que os brasileiros são considerados os maiores amantes do mundo, enquanto que os ingleses e os árabes são os piores?
21. Que os brasileiros tomam banho todos os dias, às vezes mais de um por dia enquanto que os europeus tomam em média um por semana?
Bendito este povo, que possui a magia de unir todas as raças, de todos os credos.
Bendito este povo, que sabe entender todos os sotaques.
Bendito este povo, que oferece todos os tipos de climas para contentar toda gente.
Por que o brasileiro tem a mania de só ser nacionalista e patriota durante a Copa do Mundo?
Se fosse assim todos os dias, vibrador como é durante a Copa, talvez, hoje o Brasil seria uma super potência...
Bendita seja, querida pátria chamada Brasil!
Divulgue esta mensagem para o máximo de pessoas que você puder. Com essa atitude, talvez não consigamos mudar o modo de pensar de cada brasileiro, mas ao ler estas palavras todos irão, pelo menos por alguns momentos, refletir e sentir orgulho de ser BRASILEIRO!!!

_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_

Então?!?!

Que tal ter “alguns momentos” de orgulho brasileiro?

Sds
O Separatista

14 março 2007

Quién son nuestros hermanos?

Em resposta a um e-mail coloquei uma pergunta reflexiva: “Quién son nuestros hermanos?”.

Reporto-me à época da proclamação da nossa República Rio-grandense em Setembro de 1836.

Há apenas oito anos a Província Cisplatina (pertencente ao império brasileiro) proclamara-se República Oriental Del Uruguay.

Através de seus líderes e heróis em campo conquistara o direito de ser independente, porém não o direito de estabelecer limites entre os dois, agora, países.

O povo, digamos, civilizado, constituía as pequenas e raras povoações da época: Colônia, Montevidéu, Rio Grande, Viamão e Rio Pardo se destacavam. O restante deste imenso território entre a nascente do rio Uruguai até sua foz chamada de Rio de La Plata (e entre este e o mar), era uma terra só! Seus habitantes não distinguiam o Norte do Sul desta região a não ser pelo fato de que, pelo Norte, surgiram ameaçadores os Portugueses com seus mamelucos.

Havia, naquele então, o entendimento de que este território pertencia de fato e de direito aos espanhóis, e de que os Portugueses eram nada melhor do que “invasores” que buscavam, pela força das armas, conquistá-las.

Ora, a solução encontrada para aquele conflito foi salomônica: “Dividamos esta terra ao meio, e demos-lhes a cada contendor uma metade!”.

Teria parecido justa a alguém?
Aos Portugueses e aos Ingleses, sim!

Os portugueses levaram vantagens territoriais e os Ingleses, políticas. Mas, e quanto aos seus habitantes e donos legítimos, os espanhóis dos vilarejos e os gaúchos do pampa? Foi justo?

Não é de se estranhar, portanto a grande amizade e influência que tinham os líderes uruguaios na Guerra dos Farrapos, e nem o natural desejo de boa parte do povo interiorano de conseguir sua independência e unir-se novamente a seus “hermanos”, já independentes, do Sul!

Esta influência era tão forte que vencera até mesmo os coronéis do exército imperial, Netto, Canabarro e Bento Gonçalves. Sargentos e Capitães imperiais prontamente incorporaram-se às expectativas populares e se tornaram grandes e imortais heróis farrapos, como Corte Real, João Antônio da Silveira, Teixeira Nunes e muitos outros.

Com a derrota na Guerra o território independente da República Rio-Grandense foi re-anexada ao Império. E estes homens, conhecidos e anônimos, que lutaram por sua liberdade e re-união com seus “irmãos do Sul”? E ainda aqueles que não lutaram, mas que mantinham vivas as esperanças de um dia voltarem a terem seu território original livre e em paz? Foi justo com eles? Devemos esquecê-los e abandoná-los em suas aflições?
Perdemos a guerra mas não perdemos nossas consciências, nem nosso desejo de liberdade!

Bem, hoje vivemos sob imposição. Falamos o Português e obedecemos a legislação brasileira... Mas, em nosso coração, em nossa alma pampeana, do contexto original de nossa cultura gaúcha, pergunto novamente, quién son mismo nuestros hermanos?

Sds
Romualdo Negreiros

13 março 2007

Separatismo no Futebol

Eis um assunto que tem se tornado tabu entre os separatistas e motivo de chacota àqueles que não simpatizam com estas idéias.
Com efeito, com o advento do separatismo, tudo absolutamente em nosso cotidiano sofrerá, por conseqüência, uma mudança, uma variação, inclusive o futebol. Precisamos analisá-lo também, sem medo ou preconceitos bobos.
O futebol nos trás um belo exemplo de união coletiva. Os jogadores precisam estar unidos, conformes uns com os outros e todos com o treinador e auxiliares técnicos. A torcida precisa também ter sentimento de carinho, de compreensão, de solidariedade com os atletas e direção.
São quase todos os ingredientes de uma nação. (Não à toa muitas torcidas denominam-se “Nação Tricolor”, “Nação Colorada”, “Nação Rubro-negra”.)
Esta força solidária muito intensa que encontramos no futebol é com efeito a mesma força que faz uma nação solver problemas naturais e percorrer a senda do crescimento.
No futebol entendemos mais do que nunca que “A união faz a força!”.
Se há oposição, percebemos que sempre é momentânea, pois acima de tudo está “o amor” pelo clube, por suas cores, por sua tradição... Pois todos, ao final, buscam a mesma coisa!
Oposição no momento de conceber um “método”, mas assim que decidido, todos, mesmo a facção perdedora, volta-se a ajudar... Porque não se está ajudando a facção vencedora, mas sim “o clube”.
Isto explica e deixa claro do por quê uma nação deve ser culturalmente coesa. É preciso que “todos busquem a mesma coisa” e estejam conformes quanto ao método de buscá-la, acreditem nos técnicos, nos administradores. Eis uma nação de verdade!
Para um país resolver seus problemas e crescer de fato não basta um território cheio de pessoas com um governo. É preciso que sejam coesos, que tenham uma cultura nacional, é preciso que formem uma nação.
O futebol nos mostra isso claramente, só não vê quem não quer!
Agora, o que notamos no futebol brasileiro atual, e principalmente nos clubes gaúchos?
Uma deterioração gradativa deste conceito!
Todos que acompanham minimamente o futebol sabem que existem diferenças regionais no modo de jogar o futebol. Temos ouvido constantemente “O futebol gaúcho”, “o modo gaúcho de jogar futebol”, e coisas deste gênero. O gaúcho tem seu “estilo” de jogar, mais platino, mais viril e mais defensivo, baseando-se na força e no coletivo, mais do que na técnica, no drible, no individualismo.
Esta, talvez, tenha sido a força principal que fez nosso futebol ser respeitado no Brasil e no mundo todo.
No entanto percebemos que os dirigentes de clubes, não captaram esta qualidade.
Hoje compram jogadores de Goiás, do interior de São Paulo, do nordeste e constituem aquela mistura de características que vemos no futebol brasileiro atual. Ou seja, estão todos nivelados.
Perdem assim a força cultural do futebol!
A torcida grita nas arquibancadas “Ah! Eu sou gaúcho!”, mas muitos jogadores ali dentro do campo não têm nada com isso... Não se sentem gaúchos, apenas parte de um grupo que luta para ganhar uma partida de futebol. Não há o orgulho gaúcho, o sentimento nacional ajudando-o a pôr mais empenho à sua já conhecida técnica.
Ora, o futebol gaúcho se tornou conhecido e diferenciado justamente por causa disso.
Com a mescla de jogadores de outras paragens, perde o futebol do Rio Grande sua principal característica: Sua nacionalidade!
sds
O Separatista

12 março 2007

Lá no Iraque

Escuto no Rádio que o comandante das Forças de Paz da ONU declara ser impossível um controle militar sobre a região, haja vista as acirradas divergências e ódios dos grupos que a compõem: Os Xiitas, os Sunitas e os Curdos, os principais.
Ora, todos sabemos que Saddam Hussein, implacável ditador, manteve o Iraque “unido” com suas forças militares durante muito tempo, antes de desobedecer a autoridade máxima de Bush.
A pergunta que se impõem é: Por que buscar a qualquer custo uma unidade dita “nacional”, entre povos tão distintos e animosos entre si?
Para a política dos EUA talvez seja interessante, não sei. Mas e para nós, cidadãos do mundo, para nós humanidade, o que é melhor?
Faço esta pergunta por uma simples razão: Quem está lá, querendo a todo o custo manter a “unidade nacional do Iraque” são os norte-americanos... Nada contra eles, mas nós não somos norte-americanos. Fazemos parte de um mundo muito maior e muito mais carente! O que é melhor para nós, mundo?
Quando vemos uma família desagregando, brigando entre si, não é melhor nos abstermos de interferir, e deixar que eles cheguem a um acordo? Pois isso é o que devemos fazer em relação ao Iraque. Nossa obrigação é evitar que outros, alheios àquela família, venham buscar tirar vantagem das dissensões e claro enfraquecimento que ela gera.
Deixemos, pois que aqueles grupos lá, envolvidos em conflito interno, cheguem a um acordo. Que determinem quem fica com o quê e qual pedaço de terra, sozinhos!
Podemos lamentar, mas não interferir.
Sds
O Separatista

19 fevereiro 2007

O Império Brasileiro no Século XXI

A idéia mais clara que encontramos para definir Federalismo:
“Federalismo é uma forma de governo que consiste na reunião de vários Estados num só, cada qual com certa independência, autonomia interna, mas obedecendo todos a uma Constituição única”.
(Wikipédia http://pt.wikipedia.org/wiki/Federalismo )
“A quantidade de autonomia diferencia as federações estadunidense, brasileira e alemã. Os estados brasileiros possuem menos autonomia que os estados americanos.”
(Wikipédia http://pt.wikipedia.org/wiki/Federa%C3%A7%C3%A3o)
O Golpe de Estado, realizado em 1937 por Getúlio Vargas, foi motivado principalmente para “neutralizar a importância dos interesses regionais a fim de construir a unidade política e administrativa”. “Os governos subnacionais perderam receitas para a esfera federal. Mas a mais importante medida foi delegar ao governo federal a competência para legislar sobre as relações fiscais externas e entre os estados”
(Revista de Sociologia e Política nº 24: 105-121 JUN. 2005).
A Constituição democrática de 1946, não retornou ao sistema autônomo “devido ao reconhecimento de que era preciso perseguir rápido crescimento econômico sob a égide do governo federal”. Revista de Sociologia e POlítica nº 24: 105-121 JUN. 2005).
Assim, desde o período autoritário de Vargas não há mais a autonomia econômica tão necessária aos supostos Estados Federados. Passou-se ao exercício das “transferências inter-governamentais” com o pretenso objetivo de diminuir as desigualdades regionais, mas com o objetivo real de concentração de poder de barganha e controle. Após mais um golpe, o de 1964, novamente temos um retorno daqueles objetivos, “a ‘restauração’ do federalismo e a descentralização por meio da elaboração de uma nova constituição”. Mas a Constituição de 1988 “tem sido marcada por políticas públicas federais que se impõem às instâncias sub-nacionais...”, “poucas competências constitucionais exclusivas são alocadas aos estados e municípios. Por outro lado, estados e municípios possuem “autonomia administrativa considerável”, responsabilidades pela implementação de políticas aprovadas na esfera federal, inclusive muitas por emendas constitucionais,”.
“O Brasil adotou - segundo Celina Souza - um modelo de federalismo simétrico em uma federação assimétrica. Dois fatores fortalecem ainda mais esse modelo simétrico. O primeiro é que as regras sobre as competências, recursos e políticas públicas das entidades subnacionais são capítulos detalhados da Constituição, deixando pouca margem de manobra para iniciativas específicas. O segundo é que o Supremo Tribunal Federal (STF) vem decidindo sistematicamente que as constituições e as leis estaduais reflitam os dispositivos federais ou são monopólios federais, o que impõe uma hierarquia das normas constitucionais e legais, apesar da Constituição não explicitar tal princípio”.
Isto significa que o propalado Federalismo Brasileiro, não obedece, quanto aos recursos e políticas públicas, aos princípios Federalistas! E reforça: “A maioria das constituições estaduais é uma mera repetição dos mandamentos federais”.
Segundo o Programa de Informações Internacionais dos Estados Unidos, numa Federação “Embora se concorde, de um modo geral, que os governos locais devem satisfazer as necessidades locais, algumas questões são deixadas para o governo nacional. A defesa, os tratados internacionais, os orçamentos federais e os serviços postais são, muitas vezes, citados como exemplos. As leis locais refletem as preferências segundo as quais as comunidades locais escolhem viver — polícia e bombeiros, administração escolar, saúde local e regulamentos sobre a construção são, com freqüência, decididos e administrados localmente”. (http://www.embaixada-americana.org.br/democracia/index.htm)
Analisando especificamente o caso da Federação Brasileira, percebemos que as autonomias dos estados criados, e automaticamente unidos em Federação, na Proclamação da República, foram gradativamente diminuindo a ponto de distanciar o regime atual da definição clássica de Federação. Não houve, em nenhum momento, uma decisão popular neste sentido.Tornados assim em meras Províncias produtoras, regidas por um Governo Central e Forte, não podemos conceituar o sistema brasileiro como “federativo”, mas sim, Imperialista.
Um verdadeiro e legítimo sistema imperialista disfarçado (mal-disfarçado) de democracia e república.
Aí começam os males brasileiros...
sds
O Separatista

10 fevereiro 2007

O Universo Perdido

Dentro da teoria dos Universos Paralelos está embutida a idéia de que sempre podemos permear entre estes universos, decretando com nossos atos o nosso próprio futuro. Embora todos eles “aconteçam” ao mesmo tempo, importa mesmo “onde” nossa consciência está, ou estará.
Vislumbramos então a possibilidade de, agindo desta ou daquela forma, determinar nossa estadia num momento e num local mais próximo ao que desejamos e entendemos como “futuro melhor”.
O separatista convicto e lutador vê claramente esta possibilidade e precisa, para tomar uma decisão conjunta com os seus, levá-los ao entendimento profundo da questão específica, e convidá-los a caminharmos juntos.
Como a maioria das pessoas, seus co-nacionais, acreditam na fatalidade do destino e que somente forças externas e superiores podem determiná-lo, colocam comodamente este “poder” nas mãos de santos, de Deus, de espíritos superiores (ou seja lá qual for sua crença), e vivem na esperança, aguardando, sentados na sala olhando o Faustão. Torna-se o Separatista, um chato, maluco e irritante.
Os Farrapos levantaram-se contra a ordem estabelecida ( E muitos os enfrentaram, não por convicção, mas somente para vê-la restabelecida), e eram “os chatos”, “os malvados”, “os rebeldes”.
Agora, instalados no futuro deles, podemos constatar o quanto estavam certos em buscar a Independência do Rio Grande. Buscavam “pular”, ou “mover-se”, para um Universo Paralelo onde seu futuro, ou seja, nós, pudéssemos trilhar nossa própria senda de desenvolvimento e construir nosso próprio bem-estar.
Claro, todos sabemos que algo deu errado, e a ordem anterior foi restabelecida, colocando nosso povo de então novamente no caminho cujo front estamos, um estado de constante penúria e submissão, quase uma escravidão!
O Universo Farrapo foi perdido...
Estamos aqui, lendo este blog revolucionário, olhando para nosso futuro.
Não sejamos acomodados e hipócritas ao ponto de jogar sobre as costas de nossos protetores, anjos, santos, deuses a difícil confecção e determinação de qual Universo Paralelo viveremos. Aqui estamos e se não fizermos nada para mudar, aqui ficaremos!
Nós somos, hoje, os Farrapos da História. Cabe a nós levantarmo-nos contra esta ordem estabelecida das coisas, contra o sistema político cruel, criador de monstros sugadores de vida. Precisamos nós reagir contra uma Constituição perversa e desequilibrada. Contra uma conjuntura que, comprovada pela triste realidade, “não deu certo”: ( A junção de povos distintos em um único e gigantesco país, sob um único comando).
É intenção precípua do Movimento pró República Rio-grandense buscar o Universo Perdido, retomá-lo 170 anos depois, entendendo a história e projetando-a no futuro, um Rio Grande Livre e independente, onde o povo gaúcho, com a sabedoria própria das nações, decidirá e executará seu próprio destino.
Chatos e irritantes? – Sim, mas razoáveis...
Nós que lemos este blog, decidamos:
Ou ficamos aqui esperando que algo sobrenatural aconteça, ou levantemo-nos do sofá da sala, desliguemos a televisão, e vamos em busca do nosso Universo Perdido...
Sds
O Separatista

19 janeiro 2007

Ninguém é de ferro...

Após necessárias e merecidas férias, eis que volto ao convívio blogueiro revigorado e de mente arejada.
Vamos recomeçar de modo “light”, sem muito estardalhaço, publicando um poemeto escrito por um colega de serviço e amigo de longa data, Jorge David Machado.
O David freqüentou apenas os primeiros 5 anos escolares, o que torna sua poesia muito mais interessante pelo conteúdo do que pela técnica. Brotam assim, ao natural, de suas palavras, todo aquele puro sentimento terrunho que tanto orgulha e identifica a todo nós gaúchos...
Leiam “O Gaúcho” e tirem suas próprias conclusões!

O Gaúcho

O Gaúcho era conhecido
Como ladrão e vagabundo
Mas pegou em armas para mostrar
Sua verdadeira identidade...
Perdeu a guerra, mas ganhou o mundo...
... e sua dignidade!

Lutou com valentia
Nessa guerra insana e desigual
Mas mostrou ao Império
Que apesar de todo este inferno,
O Gaúcho tinha um ideal!

Na luta foi destemido
Lutou com alma e coração
Logo foi reconhecido
Como gaúcho-cidadão!

Dos Pampas abriu a porteira,
E também do coração
Mostrou ao mundo inteiro
(E a todo o brasileiro)
Que Gaúcho é hospitaleiro,
Do Brasil é o celeiro
E que o Rio Grande tem tradição...

Hoje inverteu a situação
O Gaúcho, num gesto sério,
Está ajudando este império
A combater o verdadeiro
Vagabundo e ladrão.

Sds
O Separatista