21 maio 2014

REVOLUÇÃO FARROUPILHA OU GUERRA DOS FARRAPOS?
                                                         Romualdo Negreiros



Tenho percebido em muitos textos de revistas, jornais e principalmente nos meios virtuais, que tratam sobre a Guerra dos Farrapos, uma notória confusão!
Desde aquela época os meios de comunicação, a escola (através dos livros escolares), a leitura de livros considerados “referência”, popularizam este mascaramento, ou acobertamento, da verdade histórica.
Além de “Revolução Farroupilha”, chamam de “Guerra dos Farrapos”, “Revolta Republicana”, “Guerra de 35”, “Década Farroupilha”, “Guerra de 1835 a 1845” e outras referências, generalizando tudo e colocando os acontecimentos daquela década no Rio Grande, dentro de uma grande “pasta” chamada “Revoltas Brasileiras”.
Precisamos deixar claro que essa “confusão” foi deliberadamente plantada pela historiografia oficialista em colunas de jornais, em revistas e livros editados desde então, para que as gerações posteriores, não pudessem chegar à conclusão da sua relevância histórica.
A conclusão óbvia da leitura clara e verídica do acontecido naqueles idos tempos, deporia contra o poder estabelecido a partir de então, e por si só promoveria a revolta popular capaz de culminar em uma nova Guerra. Por causa disso José Domingos de Almeida foi tão perseguido, caluniado, censurado violentamente na publicação de um livro que recuperaria os fatos reais, e terminou sua vida completamente só, pobre e doente.
Mesmo estando nós ainda sob domínio do mesmo império (Hoje disfarçado de República), e sujeito às mesmas retaliações sofridas pelos então Farrapos, não posso me calar e deixar em estabelecida pantomima meus caríssimos compatriotas e companheiros de luta.
Reinterpretando os fatos, agora a partir do nosso ponto de vista (O ponto de vista do próprio gaúcho), vamos procurar colocar as coisas nos seus lugares e desmistificar a maioria dos conceitos errôneos que campeiam pelos meios de comunicação e pelas redes sociais.
Tudo o que aqui for exposto pode ser, e será, comprovado tecnicamente em um livro que está sendo elaborado. Porém fica aqui, apenas como prévia, os resultados dos estudos.

REVOLUÇÃO FARROUPILHA
Farroupilhas eram todos aqueles que se insurgiam contra o domínio português no Brasil.
Mesmo depois de Proclamada a Independência (O Brasil continuava um Império!), os cargos mais importantes e dominantes da sociedade brasileira eram ocupados por Portugueses ou descendentes dos mesmos. Portanto “Farroupilhas” existiam em todo o território brasileiro, na Bahia, no Rio de Janeiro, em Pernambuco, e até aqui na Província de São Pedro. Portanto a revolta que começou em 20 de Setembro foi reconhecida pelo Brasil como uma Revolta Farroupilha. Sabemos, no entanto, que a tal revolta só aconteceu no Rio Grande porque havia uma conjunção de outros fatores, que movimentavam outros interesses, e que juntos, capitaneados por Bento Gonçalves, já reconhecido como grande Coronel, formou todo aquele corpo revoltoso.
Portanto, amigos, a Revolução Farroupilha e o 20 de Setembro não têm muito a ver com a nossa luta atual! Interessa apenas ao Brasil!
Bento Gonçalves, embora simpático às idéias independentistas da época e até mesmo à uma conjunção com o Uruguai, naquele 20 de Setembro armara-se e movimentara-se apenas com o intuito de depor o então Presidente da Província, Fernandes Braga, e abafar os focos de resistência que, com certeza, haveriam pelo interior. O que foi conseguido após um mês, somente:
No dia 23 de Outubro de 1835, o Coronel proclama: “A nobre empresa que encetamos há trinta dias já se acabou incruenta e pura. Todos os municípios da Província já têm reconhecido a autoridade legal do Exmo Sr. Vice-Presidente e em vão os livres procuram facciosos; estes desapareceram.”
Fim de papo. Terminou aqui a tão badalada “Revolução Farroupilha”... Esqueçam este nome, por favor!

GUERRA DOS FARRAPOS
Houveram consequências daquela “revolta”? Sim, houveram, e muitas... Mas não vamos entrar aqui em detalhes, pois não é nosso objetivo agora.
O fato é que, após quase um ano, a situação estava indecisa, o Império encetou furiosa perseguição aos revoltosos, e por fim, em 11 de Setembro de 1836, o Gen. Netto, por diversas questões que deixaremos para o livro, acabou por PROCLAMAR A REPÚBLICA RIO-GRANDENSE!
Ora, o Brasil ainda era um Império. E como uma República não pode fazer parte de um Império, equivalia à proclamação de nossa INDEPENDÊNCIA! Afinal, o separatismo era uma das mais fortes correntes que compunha as forças iniciais de Bento Gonçalves, inclusive com sua adesão.
A partir deste momento, todos os confrontos, todos os atos dos Farrapos, mudaram de nome.
Agora os antes revoltosos eram chamados “SOLDADOS REPUBLICANOS”. O Rio Grande não era mais uma Província, mas um “ESTADO REPUBLICANO INDEPENDENTE”. Ao invés de Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, agora era a “REPÚBLICA RIO-GRANDENSE”, um país independente! E a “Revolução farroupilha”, agora é a GUERRA DOS FARRAPOS!
Em 11 de Setembro de 1836, começa a luta pela MANUTENÇÃO da nossa independência, e os exércitos imperiais brasileiros, agora são “invasores”, “agressores”, “inimigos”! Pois não reconhecem a independência deste território.

A CONFUSÃO
A confusão estabelecida propositalmente pelos historiadores brasileiros, é de ACEITAR a versão brasileira de que a Proclamação da República não aconteceu, e que tudo não passou de uma revolta localizada, como as demais em outros pontos do território brasileiro. Não aceitam nem mesmo a existência de separatistas entre as forças de Bento, e propagam a idéia de que os farrapos lutaram exclusivamente para a implementação de uma República Brasileira... O que é hilário!
Peço, portanto, encarecidamente, que pelo menos meus amigos, compatriotas, companheiros de luta, enfim todos os que de verdade amam este chão, nossa cultura gaúcha e nossa mais cara história, E AMAM A VERDADE, não cometam mais esta gafe.

20 maio 2014

PROJETO PÁTRIA GAÚCHA




Amigos,
O Proyecto Patria Gaucha, do blog Chacareradotempo é um trabalho argentino com objetivo de desenvolver a questão de uma única gaúcha para toda a região do Pampa, que abarca hoje três países. Criou assim um questionário bastante amplo e interessante relativo a este tema.
Além de responder ao próprio blog, estou publicando as mesmas aqui no "O Separatista", não só para seus conhecimentos, mas também como um convite para que acessem e participem do Proyecto. Também minhas respostas estão abertas às discussões, podendo comentar, criticar, enfim, expressar suas opiniões.


Las siguientes preguntas son para ubicar el perfil que tienes como consultante :


1. Tienes alguna identificación personal?, es para referenciar al consultante :
   
    Romualdo (R): Me identifico como um “paisano”, um gaúcho natural da terra, embora tenha nascido numa Capital e ter costumes citadinos.


2. Qué edad tienes?

   R: Sessenta (60) anos.


3. Cuál es tu nombre y apellido?

   R: Romualdo Rocha de Negreiros


4. Donde has nacido?

   R: Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grande do Sul


5. Donde vives actualmente?

   R: Ainda em Porto Alegre.


6. Que trabajo desarrollas?

   R: Sou pesquisador auto-didata da História do Rio Grande e áreas afins.
       Associado ativo da ONG RSLivre.
       Ativista do separatismo no Rio Grande.



Preguntas evaluatorias generales sobre la Región:


7. Cuáles son las zonas más gauchas de Rio Grande do Sul?

   R: Do ponto de vista material, lides campeiras, modo de vida gaúcho, podemos excluir as grandes cidades, as mais desenvolvidas. Embora nestas também encontremos verdadeiros gaúchos, suas atividades diárias não lhes permitem praticar o gauchismo (Tradicionalismo), a não ser em momento especiais.
       Porém temos um outro ponto de vista: o do sentimento pátrio. Considerando aqueles que levam a pátria gaúcha na alma, que amam suas características, sua cultura, seu país. Neste ponto de vista, então, podemos uniformizar o Rio Grande, sem excetuar mesmo as grandes cidades.


8. Las vestimentas cotidianas son gauchas? o solo en zonas rurales?

   R: No cotidiano das grandes cidades, as vestimentas são “urbanas”, com exceção de algumas pessoas que ainda que exerçam atividades urbanas, a fazem sempre pilchados.


9. Una CTG es una club social con múltiples actividades gauchas? como se subvenciona?

   R: É um Clube como qualquer outro. Apenas voltado à pratica do tradicionalismo, e de todas as coisas que o envolvem. Associados pagam mensalidade, e promovem-se atividades gauchescas lucrativas para o desenvolvimento da Associação.


10. En un Galpón (Peña) es obligatoria la vestimenta gaucha?

    R: Não. Apenas em alguma atividade específica (Bailes, desfiles, etc.) Mas o MTG (Movimento Tradicionalista Gaúcho), uma espécie de “Federação” dos CTG’s, tem criado uma grande quantidade de regras e obrigatoriedades que vem deixando os tradicionalistas bastante contrariados. É um momento de revisão das instituições.


11. Componen canciones en Español? es lengua Obligatoria?

    R: Não. Consideramos o “Gauchês” um dialeto regional derivado do português. Inclusive se fala muito este dialeto nas atividades gaúchas e até no cotidiano, que deixa os demais brasileiros sem entender muita coisa. Porém não é obrigatório, mas sim espontâneo. Cabe informar que este dialeto tem muita influência da língua espanhola, e é bem compreendido pelos uruguaios e argentinos do interior.


13. La cultura gaucha es subvencionada en forma privada o por el Estado?

    R: O Estado subvenciona “projetos culturais”, independente de sua conotação tradicionalista. Normalmente a cultura gaúcha é espontânea e praticada pelo povo, que consome os produtos culturais aqui produzidos.


14. Se fomenta la cultura gaucha en las Escuelas?

    R: Infelizmente, não. Salvam-se heróicas exceções por iniciativa de alguns professores ou Diretores.


15. Hay alguna ley estadual sobre la cultura gaucha?

    R: Sim. As Câmaras de Vereadores e a Assembléia Legislativa (Deputados Regionais), buscam refletir os anseios do povo, até para agradá-lo e angariar votos... Como em todo o lugar, não?


16. Las fiestas nacionales tiene la relevancia de las fiestas regionales?

    R: Aqui no Rio Grande as festas regionais gaúchas se sobrepõem às nacionais brasileiras. O povo tem um sentimento, mesmo que não exposto (e não entendido), de que é mais gaúcho do que brasileiro.


17. Que opinión "en general" hay en Rio Grande do Sul, sobre el resto del Brasil no gaucho?

    R: É opinião generalizada de que o brasileiro não sabe administrar seu país, não sabe usar os recursos naturais, e, pior, não quer saber... O gaúcho, no geral, tem vergonha de identificar-se como brasileiro (Talvez porque não o seja de fato!). Os brasileiros são muito mais individualistas, e não pensam no “bem comum”. O Bem Comum é uma característica específica de um povo guiado por uma cultura própria (Coisa que o brasileiro não tem). É o que entendemos por “nacionalidade”.


18. A nivel Nacional se deja de lado la cultura gaucha? porque? cuales son los motivos?

    R: Pelos mesmos motivos elencados na resposta da pergunta anterior. Os brasileiros não são e não querem ser como os gaúchos! Têm uma cultura diversa e diferente da nossa e nos desdenham, fazem piadas e discriminam, porque nos invejam (Neste quesito). No entanto, quando estamos em viagem pelo Brasil, somos respeitados como se fôssemos estrangeiros.
(Se vocês, Argentinos, não sabiam disso... FIQUEM SABENDO!)



Las siguientes preguntas establecen tu perfil dentro de la cultura gaucha :


19. Asistes a alguna CTG? Cuál? Donde queda ubicada? Cuanto hace de ello?

    R: Não sou associado a qualquer CTG. Mas admiro as suas atividades e com frequência compareço em algumas.
    Conheço muitas pessoas com esta mesma atitude. Isso se deve ao fato referido anteriormente de que os CTG’s são imersos em regras e obrigações castradoras da espontaneidade que deve emergir da alma de todo o gaúcho.


20. El tu colegio primario y/o secundario se ve historia regional?

    R: Sim. Porém de forma muito superficial e contada do ponto de vista brasileiro! A História rio-grandense que ensinam nas escolas é tendenciosa a justificar as barbaridades cometidas pelos portugueses e brasileiros ao nosso povo, mascarando a verdade e escondendo fatos que os desmentem. A História é sempre contada pelos vencedores!


21. Que concepto tienes del gauchaje Rioplatense?

    R: Temos uma origem comum. Após a divisão do pampa gaúcho em três países estanques (1828), cada região sofreu influências próprias, diferenciando-se levemente um do outro. Porém ainda podemos nos identificar plenamente como um povo gaúcho único, mesmo observando estas características regionais.
    É necessário informar que muitos gaúchos citadinos de hoje, rejeitam a participação platina na nossa cultura, já totalmente influenciado pela “descultura” brasileira que, com a força da mídia paulista e carioca, compromete o bom entendimento da questão.


22. Cual es tu concepto de Brasilidad?

    R: A brasilidade, como nacionalidade, não existe! O Brasil é, de fato, um continente habitado por diversos povos, com suas próprias culturas, e grandemente diferenciados uns dos outros... Esta confusão de povos, qual uma colcha de retalhos, impede qualquer tentativa de estabelecimento de uma cultura única. Este fato facilita a uma pequena parcela “Executiva”, a Classe Política, cuja sede é Brasília, escravizar e vampirizar todos estes povos!


23. Observas alguna diferencia entre el gaucho Rioplatense y el Gaucho Riograndense?

    R: Praticamente nenhuma. O gaúcho argentino tem mais intimidade com boleadeiras, e o chiripa, enquanto o gaúcho rio-grandense pendura as boleadeiras na parede como um enfeite, e usa chiripá em ocasiões mais especiais. O Uruguaio e Argentino prioriza o uso de boinas, enquanto nós usamos comumente chapéus de aba larga. Costumamos usar guaiacas, e os platinos preferem rastras, enfim poucas diferenças.
    Porém quanto aos costumes, às práticas, ao modo de ser, à personalidade própria da “etnia”, somos iguais.


24. Que concepto tienes de Patria?

    R: Pátria é o elemento visível de uma nação! A Pátria se constitui de três elementos: Um país, um povo, e uma cultura (espírito nacional) que os une. A palavra “pátria”, refere-se ao sentimento paternal que se tem sobre estes três elementos, sentindo-se responsável pela manutenção e desenvolvimento dos mesmos. Cánovas del Castillo disse com propriedade (E assino embaixo): “Pátria é a consciência que cada nação possui de si mesma”.
    A República Rio-Grandense e o seu povo é a minha Pátria... E de muitos gaúchos que assim compreendem!


25. Bailas danzas de Argentina y Uruguay, como zambas, chacareras, gatos, escondidos, etc?

    R: Não. Nem mesmo as mais executadas no Rio Grande (Chamamé, vanera, chimarrita, xote, etc).



Las siguientes preguntas son para evaluar tu entorno :


26. Como es el vínculo o trato entre el Estado de Rio Grande do sul y el Gobierno Central de Brasil?

    R: Ah, o Rio Grande foi invadido, conquistado pela força das armas e anexado ao Brasil. Nossos “representantes” são nada mais que representantes do sistema político brasileiro e, de fato, não nos representam. Assim foram feitas as Leis, os Tratados, a Constituição Federal. Nunca o Rio Grande foi realmente ouvido ou levado em conta nestas vinculações. O Rio Grande do Sul é um “Estado” (província escrava) do Brasil unido aos demais em “Federação” (falsa! Tipo, vamos combinar, eles mandam e nós obedecemos, ok?).
      Quanto aos “nossos representantes” acontece o mesmo que aos historiadores. São pessoas nascidas no território do Rio Grande mas totalmente comprometidos com o SISTEMA político brasileiro, e possuem a mesma visão política da “elite” que nos infelicita.


27. Cuáles son los motivos que esgrimen, aquellos de quieren mantener uma unión con Brasil?

    R: O principal motivo é o econômico. A propaganda brasileira é tal que muitos não acreditam, ou não vêem, que estamos todos sendo economicamente explorados no melhor estilo feudal do século XV, por uma elite encastelada em Brasília.
    Muitos se consideram “donos” da natureza do território brasileiro, o que é risível! (Do tipo, “Vamos perder a Amazônia, as Cataratas do Iguaçu (Que de fato nem são brasileiras), a Chapada dos Guimarães? E o Rio de Janeiro, não vai ser mais do meu país??? Nããão!”). É engraçado, mas é fato! Isto também se deve à massificante descultura brasiliana que nos entulha a mente.
    Outros ainda recorrem à falsa história contada e disseminada nas escolas, que prega que os gaúchos lutaram contra os Espanhóis para pertencerem ao Brasil... Uma mentira deslavada!


28. Cuáles son los motivos que esgrimen, aquellos de quieren una Republica separada del Brasil?

    R: Motivos óbvios. Formamos uma etnia totalmente diferenciada dos demais povos brasileiros (Somos platinos). A felicidade e o bem estar do nosso povo está intimamente ligada a este fator. É mais uma questão de sentimento pátrio do que material. Mas as questões materiais também conspiram a nosso favor.
    - Vantagem econômica;
    - Exploração dos nossos recursos em nosso benefício;
    - Constituição de Leis apropriadas e interpretativas da nossa cultura e ânsia popular;
    - A História (a verdadeira) do nosso povo desmente qualquer possível sentimento de brasilidade.
    - Um governo próprio deverá atender as expectativas regionais e tão somente do povo gaúcho (Sem preocupação com a interpretação do grupo elitista e centralizador do Brasil). Na realidade não há nada, hoje, que possamos realizar por conta própria, sem o “faça-se” do Governo Central! Sim, o Brasil é uma Ditadura Comunista!


29. Existe discriminación o burlas hacia la región gaucha? conoces algún link o video que hable de ello?
    
    R: A discriminação é cotidiana, faz parte do modo brasileiro de ver os povos que inveja.


    Mas enfim, isso acima apenas ilustra uma prática muito comum no Brasil todo.


30. Cuando hablan de "mi Patria" o "mi Nación", se refieren solo a Rio Grande do Sul o al Brasil?

    R: Interessante isso. Os mais esclarecidos, geralmente separatistas, referem-se ao Rio Grande, sem dúvida. O mais curioso, porém, é que os demais, aqueles que parecem adormecidos para esta questão, nota-se, sempre que falam “Pátria” referem-se ao Rio Grande, intuitivamente, nunca ao Brasil, embora muitas pessoas digam, sim, “minha nação brasileira” (Que aliás é um evidente erro de interpretação).


31. Tienen un folclor Castellano?, como es visto? tienes alguna página web que conozcas donde hable de dicho folclor castellano?

    R: Considerando “castelhanos” os descendentes dos colonos vindos da região Castilla na Espanha, não tenho conhecimento de tal folclore. Se por castelhanos a pergunta se refere ao povo uruguaio como um todo, não há folclore específico, são gaúchos como todos nós dos demais países. Porém são os gaúchos mais "puros", se assim podemos afirmar, pois sofreram muito menos influências exteriores. Há estórias e mitos gaúchos específicos de cada país, devido às influências diferenciadas já citadas, e com o Uruguai não é diferente. Mas se percebe muitos mitos comuns entre nossos países.


32. Como se percibe en la sociedad gaúcha con respecto a una unión real futura con Uruguay y Argentina?

    R: Improvável. Já houve um distanciamento muito grande para se pensar em re-união do povo do Pampa. No entanto cogita-se de modo informal, caso o Rio Grande conquiste sua independência, uma União Gaúcha no Pampa, estilo Mercado Comum, ou talvez estilo União Européia. São possibilidades.


33. En semana Farroupilha que se festeja conceptualmente?

    R: É uma festa Tradicionalista. Há o nítido prazer de estar junto aos seus e comungar de uma mesma cultura. O 20 de Setembro é apenas um motivo para este congraçamento, e a maioria dos participantes não sabe o que se está comemorando. É uma comemoração da Cultura Gaúcha em sua plena expressão.
    Neste dia (20/09) houve o início da Revolta Farroupilha, com a tomada de Porto Alegre. Porém esta revolta terminou em coisa de um mês depois do início, com a destituição do Presidente do Rio Grande e a pacificação do interior! E isso a maioria não sabe! O que durou cerca de 9 anos foi A GUERRA DOS FARRAPOS, iniciada com o advento da Proclamação da República Rio-Grandense, alguns meses depois do fim da revolta, em 11 de Setembro de 1836. O desconhecimento da nossa verdadeira história provoca esta confusão.


34. Que se entiende por Patria Gaucha?

    R: É a representação de um ideal que emerge da alma de todo o gaúcho: Ter sua própria Pátria! Um ideal interpretado e materializado pelo nosso grande herói, José Gervásio Artigas, que até hoje embala nossos mais caros sonhos. Nesta Pátria, o povo poderia ser plenamente gaúcho e desenvolver, com o orgulho que o caracteriza, sua própria nação!
    A Fiesta de La Patria Gaucha realizada no Uruguai traz, no fundo, esta conotação... E todos, mesmo vindos da Argentina ou Rio Grande, sentem-se “em casa”!





35. Porque se sigue manteniendo en el Escudo "Republica de Rio Grande do Sul"? siendo un Estado de Brasil? se propuso cambiar la leyenda?

    R: Está escrito: “REPÚBLICA RIO-GRANDENSE”, e foi mantida ali desde o tempo em que éramos independentes. A proposta foi, pelo contrário, de manter o nome do nosso país, numa comprovação de que, no íntimo, raramente exteriorizado, há o sentimento de "Pátria Rio-Grandense" no nosso povo e mesmo nos nossos legisladores. Está lá para lembramo-nos de que fomos um dia um país independente, e enquanto lá estiver, também haverá a esperança de retornarmos à liberdade! É algo que ninguém se atreveu a propor a retirada.


36. Algún comentario adicional que desees hacer y que necesites que el Argentino lea tu mensaje

    R: Sim.
                Argentinos!
                Precisamos todos entender que as grandes cidades, como Buenos Aires, Montevidéu ou Porto Alegre, não nasceram do nada. Mas são obras de gerações e mais gerações que trabalharam arduamente, viveram e morreram, para que hoje se mostrasse assim, uma potência! Esta história não deve, nem pode ser esquecida por nós, contemporâneos. Ela nos trará o conhecimento de nossa identidade regional (Não somos “do mundo”, todos temos raízes regionais) que afinal é a mesma do homem do campo. É o sentimento de pertencimento daí advindo que nos dará condições plenas para buscarmos as soluções para os nossos problemas cotidianos e buscar, com consciência, a felicidade geral de todo o povo.
                Um Prefeito de uma importante cidade do Rio Grande me disse, em tom de questionamento: “Uma árvore, por pequena que seja, fica em pé sem as suas raízes? Um edifício pode ser uma maravilha da engenharia sem profundas pilastras?”. Da mesma forma lhes digo: Um país subsiste e tem futuro se não conhecer e fortificar suas raízes!
                Vamos lá! Somos todos gaúchos em essência! Juntos, unidos por uma mesma cultura ancestral, temos muito mais força e direção! Pesquisem, conheçam-se, finquemos todos o pé no chão com força para impulsionarmo-nos rumo a um futuro melhor!

                Felicidades.

16 maio 2014

AS CAPAS CULTURAIS


Observando a foto de um homem moderno dificilmente vamos descobrir, por sua aparência, a sua nacionalidade.

O amigo da ilustração acima poderá ser um nova-iorquino, um francês ou um cidadão paulistano. O modo de vestir, que há tempos atrás era uma característica de culturas regionais, hoje é “padrão” para todo o planeta.
Assim, como o vestir, também outras características que antes eram peculiares de determinadas regiões, hoje estão padronizadas no mundo todo.
Podemos citar, como exemplo, os meios de transporte, as habitações, consumo de produtos de beleza e até as atitudes do cotidiano, como levar os filhos à escola, almoçar num buffet e passear no shopping.
Isto não significa que estas pessoas “padronizadas” não se identificam com suas culturas regionais. Não significa que não tenham noção de pertencimento a um grupo sócio-cultural específico. Apenas adotam uma “cultura global” que recobre sua cultura regional. Assim, o francês não deixa de ser francês, o japonês não deixa de ser japonês e o uruguaio não deixa de ser gaúcho uruguaio.
Portanto essa “cultura global” não anula a cultura regional, mas apenas a encobre como um manto.
No caso do povo gaúcho rio-grandense, temos um outro fator complicador.
Devido ao fato de termos uma cultura gaúcha DIFERENTE da brasileira, situação que se estende por séculos, fomos e estamos sendo constantemente bombardeados por elementos característicos deste povo. Principalmente após a popularização dos atuais meios de comunicação.


As crianças e os adolescentes gaúchos são grandemente influenciados por estas características que são próprias e comuns entre brasileiros do centro e norte do Brasil, mas não são próprias do Rio Grande.
Este constante “bombardeio de brasilidade” que o gaúcho recebe pela mídia, a muitas gerações, acabou por criar uma outra cobertura cultural que sufoca a nossa legítima cultura gaúcha.
Nosso caso, portanto, se resume em:
1) Somos naturalmente gaúchos-platinos;
2) Estamos recobertos por uma capa sufocante de brasilidade;
3) Temos por sobre esta, ainda mais uma capa de “cultura global”.
Devido a estes fatores, percebemos muitos gaúchos rio-grandenses com dificuldades para se reconhecerem em suas origens. Em primeiro lugar são “cidadãos do mundo” (O invólucro externo), em segundo são brasileiros e só em último caso conseguem sobrepujar às “falsas capas” e SE RECONHECEREM GAÚCHOS DE FATO.
Este reconhecimento, na sua maioria, não passa de alguma admiração pelas práticas tradicionalistas, pela incompreensível saudade quando longe do Rio Grande ou pelo estranho sentimento de orgulho quando se entoa o Hino do seu Estado.


São como fracos vislumbres, centelhas de um braseiro que parece escondido em sua alma, e que só em alguns momentos floresce trazendo um sentimento de cumplicidade e alegria.
Se estas pessoas buscarem conhecer melhor suas origens, levantando a capa de brasilidade e de urbanidade, através do resgate da sua história, e de como somos produto dela, poderão alcançar um melhor entendimento de sua verdadeira identidade cultural.
O benefício disso é imenso. Pois do reconhecimento pleno de sua identidade, o gaúcho descobrirá a sua vocação, o seu próprio e mais adequado caminho.
Se sabemos quem somos, e onde estamos, teremos plena consciência de “para onde queremos ir”!
Assim o resgate de nossa nacionalidade pode nos trazer benefícios incomensuráveis: Uma sociedade forte, capaz, completa, e direcionada ao pleno bem estar... Que, em suma, é o que todos desejamos.

Fica, portanto, o convite a todos os meus compatriotas gaúchos rio-grandenses: Vamos desvestir estas “capas” culturais que nos impede de trilhar o nosso próprio caminho de desenvolvimento. Reconhecendo o passado, como nossa identidade cultural, mas olhando daqui para o futuro de nosso povo legitimamente gaúcho!

03 maio 2014


A SAGA DO GAÚCHO



ESTAMPA 1

A oRIGEM
Espanhóis e indígenas dão origem ao gaúcho no Pampa





ESTAMPA 2
  
A MESCLA
Os primeiros gaúchos eram extremamente pobres, solitários, rejeitados, vagos e andarilhos, porém, LIVRES!





ESTAMPA 3


O MODO DE VIDA
Exercendo sua liberdade e descompromisso com regras europeias de convívio, desenvolveu seu próprio jeito de ser, de se vestir, de viver e enfrentar as dificuldades. Nasce assim a LEGÍTIMA CULTURA GAÚCHA!



ESTAMPA 4

As Estâncias
Pecuária
Adaptando-se às labutas das estâncias e charqueadas, trouxe consigo sua cultura rica e adequada ao ambiente do pampa
  


ESTAMPA 5

As Guerras
(Artigas)
Artigas, el Protetor de Los Pueblos Libres, foi o primeiro a unir os gaúchos na luta por um país livre e soberano

  


ESTAMPA 6

As Guerras
(Farrapos)
Na guerra pela independência da República Rio-Grandense, o gaúcho forjou a ferro e fogo sua personalidade, e plasmou qualidades permanentes e intocáveis 





ESTAMPA 7

As colônias
(agricultura)
A agricultura introduzida pelos colonos europeus agrega riqueza à cultura já estabelecida, e fixa o gaúcho na sua própria terra




ESTAMPA 8

Início tradicionalismo no rio grande
Com o modernismo, o abrasileiramento e a globalização, o gaúcho rio-grandense e sua cultura foram relegados e rejeitados pela segunda vez. A continuidade cultural do Rio Grande deve-se a homens especiais que lutaram para mantê-la, contra a corrente




ESTAMPA 9
  
tradicionalismo no Uruguai e argentina
Já separada por limites políticos não desejados, a cultura gaúcha renasce e persevera através da consciência universal da ancestralidade. Uruguai e Argentina seguem um caminho tradicionalista semelhante ao Rio-Grandense

  


ESTAMPA 10
  
O Acampamento farroupilha
O Gaúcho rio-grandense comemora sua data maior (20/9) sob forte influência cultural e institucional brasileira, negando sua origem platina
   



ESTAMPA 11

A Fiesta de
la pátria gaucha
O Gaúcho uruguaio reconstrói sua história com mais realismo e reverência


  

ESTAMPA 12

As novas gerações
Hoje, embora dividido em três países, o gaúcho se orgulha de suas raízes e transmite este amor às novas gerações.
ASSIM SE FAZ UM PAÍS