Tenho acompanhado vários posts e debates no Orkut relativos ao separatismo. Um debate, porém, me chamou especial atenção na comunidade "Rio Grande do Sul Independente", no tópico "Movimento Pampa Livre tem Nova Bandeira", entre uma moça nascida em São Paulo, mas Gaúcha de alma e coração, Fabiper, e um rapaz nascido no Rio Grande do Sul, mas infelizmente de sentimento brasileiro, Jorge R.
O estranho foi que uma "paulista" defendendo o direito do gaúcho de se autodeterminar-se, e um gaúcho negando-nos este direito e defendendo nossa submissão ao Governo Centralista do Brasil! Um contra-senso.
Como curiosidade, mas também para destacar as palavras fortes de Fabiper, fiz um apanhado geral dos conceitos emitidos por ela neste debate, com os quais nós do RSLivre concordamos e apoiamos (E todo gaúcho consciente deveria fazê-lo).
Fabi nos deu uma verdadeira aula de conhecimento sobre o Rio Grande (mais do que muito gaúcho que usa bombachas e chapéu de abas largas!) e mostrou muita coerência nos seus pontos de vista sobre os Princípios separatistas:
Legislação:
- O Rio Grande é uma Colônia obedecendo ordens do Brasil, contrárias à sua opinião, vontade e cultura. Isto é agressão à Democracia. É um escravo das leis brasileiras que premiam bandidos, e que não pode aplicar leis e viver conforme sua própria Cultura.
- Desvinculado do Brasil, o próprio povo gaúcho é quem irá decidir sobre sua própria terra. Princípio básico da Democracia.
- Tendo suas próprias leis, poderia não admitir, e tomar atitudes contra vandalismos do MST, por exemplo.
- O povo gaúcho não tem que ser governado por ordens impostas, externas de um outro lugar.
Cultura:
- Uma Nação é um grupo de indivíduos com um vínculo cultural, que se sente um agrupamento e que por isso quer viver coletivamente, com interesses peculiares. Portanto, o Brasil é ilegítimo!
- O gaúcho tem um hino lindo, e se emociona ao cantá-lo. Tem costumes próprios e valores completamente diferentes do brasileiro.
- O povo gaúcho tem Cultura diferente do Brasil, por isso tem direito a se auto-administrar.
- O nível educacional e cultural do povo gaúcho é diferente do brasileiro.
- A mente e alma do povo gaúcho é diferente da do brasileiro, valores, sentimentos. E assim o Rio Grande é oprimido pela Cultura da malandragem.
- O povo gaúcho não quer saber que escola de samba ganhou o Carnaval, nem que bloco de frevo vai sair atrás do trio elétrico, embora respeite estas Culturas.
- Acima de qualquer fator, o que importa é o sentimento como Nação, de querer viver coletivamente, tendo interesses peculiares.
Cultura brasileira:
- Brasileiro não sabe admitir pensamentos diferentes do dele, e diante disto, ataca o expositor com papinho de 'xenófobo', 'racista', blábláblá, pelo fato de não se enquadrar na opinião dele.
- A mentalidade brasileira é atrasada, e faz ameaças truculentas contra quem se expressa fora do padrão.
- O Brasil impõe, agride e não respeita Culturas que ele determinou serem fora do padrão.
- O Brasil escarnece do povo gaúcho, porém range os dentes se se diz algumas verdades sobre gente de outras regiões.
Economia:
- O Rio Grande não recebe absolutamente NADA gratuitamente do Brasil, por isso existe plena viabilidade econômica para a Independência. E que desvinculado, sem carregar pesos do Brasil, terá um Desenvolvimento Humano muito superior.
- Sem ser controlado por um governo distante e central, poderia pagar melhores salários a professores, policiais, e demais trabalhadores.
- O estado paga com dificuldades suas escolas, porque foi levado pelo ladrão boa parte do que lhe pertence.
- Mesmo com oscilações de boas ou más administrações estaduais, far-se-ia mais com mais dinheiro em caixa, que foi levado para o Carnaval do Pelourinho.
- Se o Brasil não mais tomar os bens gaúchos, matematicamente é óbvio que vai sobrar mais dinheiro em caixa.
- Resultado, o estado não tem dinheiro porque o Brasil lhe tomou.
- O Brasil, após tomar esse oceano de dinheiro do povo gaúcho, EMPRESTA para o Rio Grande o seu próprio dinheiro tomado, e cobra juros. E assim o RS envia pra Brasília, juros estrondosos, além dos impostos que já envia.
- Os juros da "dívida" com a União (dívida já explicada que foi emprestado o próprio dinheiro gaúcho), que compromete boa parte do orçamento do estado, poderia ser direcionado a melhorias de salários.
- Assim, os gaúchos têm que se humilhar em Brasília prá pedir o dinheiro que Brasília tomou deles.
- E ainda o povo gaúcho tem seus recursos tomados para ações que ele não decide. Ou seja, outros administram o SEU salário.
Centralismo:
- O Brasil não sabe conviver com as diferenças. E que por isso ordena a partir de um poder central passando por cima de todas as diferenças. Ditando ordens iguais para diferentes. E até fazendo ameaças truculentas contra os que ousam contradizer!
- No Brasil existe uma Ditadura velada, que manda e desmanda como quer. Que tem aparência de Democracia. Mas que o Rio Grande vive submetido contra sua vontade, às ordens de outras regiões.
- Decididas em Brasília, o povo gaúcho não participa de decisões sobre si mesmo, e sua própria vida.
- Os povos devem concordar em viver agregados para que haja Democracia, senão está um submetido ao outro.
- Assim é necessário consultar se o povo gaúcho quer ser um só com o brasileiro HOJE, para que se possa aplicar a Democracia.
- Cada povo é quem tem que decidir o que quer e é melhor para si, e não ser convencido ou propagandeado por outros.
- O Brasil é tão totalitário que irá se opor a um plebiscito gaúcho por Independência, a fim de ouvir a Soberania Popular.
- Quem domina não quer Independência, mas quem é dominado, quer e tem o direito de ter sua própria vida.
- O brasileiro é propositalmente mal informado, associando o desejo de Autodeterminação de um povo, formado por diversas raças, com "racismo", "segregação", blábláblá.
Política:
- O Rio Grande é escravo dos políticos do Nordeste, e estes que decidem o que fazer com o dinheiro do povo gaúcho. Visto que o Nordeste com seus 9 estados, se une e vota como um só, e é total maioria na Câmara e Senado.
Transcrição autorizada.
05 fevereiro 2009
Princípios de uma Separatista Gaúcha convicta!
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5 comentários:
Romualdo, muito bom o seu texto.
Como informação complementar ao apresentado, sugiro uma visita ao http://riograndeindependente.blogspot.com/2009/09/viabilidade-do-rio-grande-e-o-idh.html
Um abraço!!
Belo artigo. Sou gaúcho e concordo com o separatismo, por mais que não entenda a fundo sobre economia.
Sempre faço críticas contra "marionetes da mídia/sistema", polícia que sai na rua pra bater, falta de condições a quem não tem oportunidade e etc. Abraço.
Olá.Eu apoio o separatismo Gaúcho assim como de outras vários regiões do Brasil e de outros países.
Sou separatista aqui em São Paulo,membro ativo do MRSP,e gostaria de saber como estão as ações práticas dos separtistas aí no sul?
Obrigado.
Romualdo, é a primeira vez que visito o seu blog. Sou baiano e profundo admirador do RS, o qual já visitei duas vezes e onde tenho muitos amigos. Pretendo voltar neste ano.
Contudo, percebi que nem todos os gaúcho comulgam com a idéia da separação.
Cada povo tem o direito de lutar pela sua independência, e os gaúchos têm esse direito. No entanto, essa indepen dência tem que ser conquistada,com adesão de todas as classes, principalmente as de baixa renda gaúcha, que talvez nem tenha informações sobre o bônus e o ônus da separação. Se for um pequeno grupo burguês intelectualizado decidindo tudo, não será diferente do tal "governo centralizador do Brasil".
Havendo uma integração total de todas as classes, o passo seguinte é pegar em armas. Não acredito em "acordo civilizado" de separação com o Brasil. Essa independência só sairá com luta armada, ou você acredita nesse tipo de "acordo". Até os Farrapos pegaram em armas, arriscaram as suas vidas, ainda que o motivo inicial da guerra tenha sido os interesses econômicos dos estancieiros, e não a república e a abolição dos escravos.
Aqui na Bahia, houve uma das pouquíssimas revoltas genuinamente de cunho popular, sem jogo de interesses econômicos: a "Conjuração Baiana" ou "Revolta dos Alfaites", no final do século XVIII. Toda a população se uniu, todas as classes, e dentre os objetivos, a abolição dos escravos e a proclamação da república. A revolta fracassou mas o legado ficou.
O Brasil proclamou a independência sem dar um tiro aí no Sul/Sudeste. Portugal não tinha interesse nessa parte do Brasil. O Norte/Nordeste era mais lucrativo para os portugueses na época, e os livros de História do Brasil, pouco falam dos comabates que aconteceram por aqui entre portugueses e brasileiros no Norte/Nordeste meses após o 7 de setembro de 1823. Conflitos na Bahia, Piauí e Pernambuco "pipocaram", e depois de muita luta, conseguimos expulsar os portugueses. O Nordeste consolidou a independência do Brasil lutando, pegando em armas.
O que quero dizer com essa viagem histórica toda? É simples: a independência só virá com luta armada. Se os interesses econômicos motivaram conflitos sangrentos naquela época, você acha que será diferente hoje?
Se querem mesmo a indepedência, lutem por ela, mas no "front". Ficar só no discurso é muito bom, bonito, mas o Rio Grande do Sul continuará por um bom tempo sendo uma bela e admirável unidade da nação brasileira.
Nao concordo com o separatismo sou de Sao Paulo e aqui o custo de vida e mais alto os imoistos sao maiores e economicamente somos muito mais desenvolvidos q qualquer estado brasileiro o Brasil e um pais multi cultural e racial. Na cidade de Sao Paulo vinvivemos praticamente com todas as culturas do mundo.
Acho isso prepotencia de burqueses sulistas que se acham melhores que os outros. Tenho avo gaucho, mineiro, minhas avos uma e mineira, outra e paranaense, sou brasileiro com orgulho de toda essa mistura etnica, cultural.isso e Brasil
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