UMA PROPOSTA SEPARATISTA
Parece claro, notório e incontestável que a raiz da maioria
dos problemas que assolam o Brasil, está no Sistema Político Brasileiro. Pois é
através deste sistema que o povo elege os Deputados Constituintes, os
Legisladores, os Senadores, o Presidente da República e, consequentemente, seus
Ministros. E é por seus “instrumentos” que eles trabalham!
Este “Sistema” não foi pensado, elaborado ou construído por
um, ou vários, pensadores políticos... Mas é uma evolução “natural” desde o seu
início como Brasil Colônia até os dias atuais.
Com este pensamento, precisamos descartar de imediato as
“reformas” tão reivindicadas pela população. O povo brasileiro que reformas
porque sonha com um Brasil europeu,
nórdico, um Brasil-Suíça. Mas não se dá conta que o Sistema Político Brasileiro
é consequência dele próprio, das suas atitudes, do seu modo de pensar, da sua
cultura! A Política brasileira é a cara do povo brasileiro! E que o povo
brasileiro não é europeu, que o Brasil não é nórdico e que um “Brasil-Suiça” é
uma aberração. Esta é a máxima que precisa ser entendida e aceita
definitivamente!
Bem, então segundo esta “teoria”, não há saída! Ou
convivemos com isso, ou mudamos para a Europa ou a Ásia?
Digo que SIM, há uma saída. Uma boa alternativa para
enfrentarmos de fato os problemas brasileiros... Mas precisa ser bem analisada,
bem pensada, bem discutida, bem considerada, estudada, debatida, antes de
formarmos um “veredictum” com respeito à sua aplicabilidade. Portanto, não nos
precipitemos, analisemos com parcimônia, com pureza, com equilíbrio, antes de
decidirmos apoio ou rechaço.
11. O
sistema político é consequência do “pensamento e atitudes do próprio povo brasileiro”,
correto? É uma espécie de “pensamento comum e generalizado” do povo, assim
como, consequentemente, seus atos e reações. Podemos traduzir isto numa
palavra: “Cultura”. Esta é a cultura popular brasileira.
22. Mas
qual é a “cultura brasileira”? Ou, melhor, o Brasil tem “uma única” cultura? O
Brasil, todo mundo sabe, é um país (território) de “VÁRIAS MATIZES CULTURAIS”.
Vamos nos abster de considerar se isso é bom ou ruim, isto é um fato! Ponto!
33. Precisamos
viajar para fora do país para observarmos melhor qual a cultura que transmitimos
ao mundo! E aí, a partir deste ponto de vista, está claramente entendido e transparente:
O Brasil é representado pela Cultura Carioca, seguido da Baiana. Estes mesmos
aspectos culturais são exportados e impostos a todas as demais regiões, e são
por elas absorvidos em grande parte. Isto significa que, se deixarmos as coisas
como estão, no caminho que vem trilhando, em algumas décadas SEREMOS TODOS
cariocas-baianos, e deixaremos de ser um país multicultural.
44. Por
que as culturas carioca e baiana são preponderantes? Porque foi primeiro na
Bahia, e depois no Rio de Janeiro, que se estabeleceram “A Coroa” e a Côrte
Portuguesa. Dela e seu notório “Sistema Imperialista” adveio este modo
“brasileiro” de ser, e numa linha direta, descambou no atual sistema político.
55. Aí
está, pois, a alternativa natural que buscamos:
a. Se
o Brasil AINDA É uma “colcha de retalhos” culturais, apesar do processo de “abrasileiramento”,
e...
b. Se
a cultura brasileira produz, por sua natureza, este sistema político,
c. Justo
seria buscarmos estancar este processo! Não é? É quase uma questão de
sobrevivência!
d. Precisamos
“blindar” nossas culturas regionais, não permitir que influenciem nosso modo de
viver, nossas ações e reações às vicissitudes da vida.
e. Precisamos
UMA AUTONOMIA! Talvez uma Autonomía ABSOLUTA.
f. Uma
autonomia total que abarque todos os aspectos que regram nossas vidas! Com o
objetivo de “fortalecer” nossos laços culturais, que nos são intrínsecos e
naturais.
66. Assim
nosso caminho fica mais claro:
a. Valorizar
a cultura regional: A tradicional e a contemporânea;
b. Autonomia
de Estado: Nova Constituição, novas leis, novas regras políticas e
administrativas.
c. Autonomia
Econômica: Os impostos não são enviados a outro país, mas são aplicados no
próprio país de origem.
77. Cada
cultura regional (O Brasil é um país “multicultural”, lembram?), deverá obter
com aval popular, sua própria autonomia, e constituir seu próprio Estado, independente
entre os demais do Brasil, e entre os demais do mundo.
88. Após
esta primeira etapa do processo, podem os Estados estabelecidos organizarem uma
reunião com o fim de constituir uma “Federação” ou “Confederação” (Segundo o
sentido clássico de cada palavra!). O importante é que cada novo Estado tenha
AUTONOMIA para decidir se deseja, ou não, participar deste novo ordenamento.
- Pergunta: É uma solução viável?
- Resposta: Bem, se o povo assim o decidir, será viável!
Muitos países no mundo se tornaram autônomos devido à vontade de seu povo...
Praticamente TODOS os países democráticos tem sua origem na vontade popular!
- Pergunta: É legal?
- Resposta: Segundo os países de onde se originaram os novos
autônomos, não! Nenhuma Constituição no mundo tem uma cláusula prevendo que
seus Estados possam se tornar autônomos. Isso é natura! Mas segundo as Leis
Internacionais, SIM é perfeitamente legal. E o próprio Brasil assinou um acordo
na ONU sobre OS DIREITOS DOS POVOS, considerando esta possibilidade. (nunca
imaginou um seu Estado, ou vários dos seus Estados, pudessem reivindicar este
Direito Internacional).
- Pergunta: Quais as consequências imediatas?
- Resposta: Basicamente cada novo Estado deverá ser conduzido
por um “Estado de Exceção”, enquanto organizam uma ASSEMBLÉIA CONSTITUINTE com
participação ou representação popular. Difícil será se desfazer dos vícios
políticos e econômicos antigos, mas neste momento é que se percebe se o povo
tem “virtude” ou não. Precisam resistir às forças políticas e econômicas que se
locupletam com o sistema atual, e que abominam as mudanças que poderão
arruiná-las. O povo de cada novo país precisa rechaça-las! Vencendo esta
“guerra” e articulando relações internacionais sólidas, o novo país tem tudo
para normalizar e progredir.
Obs.: É preciso deixar claro. O termo “novo estado” não
significa que cada Estado brasileiro deva necessariamente se tornar um país
independente. Mas sim, “cada cultura regional”, como dito acima no nro. 7.
- Pergunta: O Brasil permitirá?
- Resposta: O povo brasileiro, sim. Porém, os poderes
constituídos com sede em Brasília e com “ramificações” no controle dos Estados,
não! Nesta “queda de braço” ficamos dependentes do apoio das Forças Armadas, e
do apoio explícito das demais Nações do mundo. O trabalho interno deverá ser
conjunto e bem coordenado para minimizar os atos violentos. Externamente deverá
se considerar o “jogo de interesses” político internacional.
Conclusão:
Dissemos que é um “caminho”... Ninguém afirmou que seria
fácil, ou totalmente seguro! É uma saída. É isso, ou aceitar a situação do
jeito que está, gritando ferozmente nas ruas, mas sem ouvidos que os ouçam na “Corte
de Brasília”, até que o processo de abrasileiramento, e consequente
escravatura, finalmente vença!